Hoje, o debate mensal sobre a situação do país e a actuação do governo é sobre...
educação? Segurança? É claro que a José Sócrates e ao seu modo propagandístico de governar lhe interessam os diplomas que entregou ontem às primeias 65 pessoas que tiveram, muito justamente, novas oportunidades para regressarem à escola, à formação, ao ensino e, portanto, a novas (re)qualificações. Neste pequeno aspecto da educação, nada a dizer, a não ser: esperemos que o processo de certificação de compotências ao nível do ensino secundário não nos continue a colocar a nós, como país, e aos diplomados em especial, em plano
secundário comparativamente com as efectivas qualificações de outros diplomados de outros países da Europa (para já não falar de outros continentes)!
Mas é de segurança que a oposição deseja falar. E é de segurança que é necessário falar (embora tanto agora como sempre, infelizmente). E realmente a situação que se vive na noite portuense e gaiense mereceria outra atitude do governo, que está a adoptar uma postura ideologicamente etiquetada e, julga-se (ainda assim, mal) politicamente correcta, de não interferência e de permissividade. Para continuar a ser socialista, na pior das acepções, o governo de Sócrates não poderia ter uma postura, digamos, conservadora (embora noutros casos, não se coiba de o ter), assumindo a segurança como um dos pilares do Estado de direito!
A responsabilidade política do governo é, neste caso como noutros idênticos, não ter tomado uma posição que reafirmasse a autoridade do Estado, condenando os homicídios e sendo o primeiro a perceber -- senão com declarações explícitas nesse sentido, pelo menos com medidas extraordinárias consequentes e atempadas --, o fenómeno de crime organizado que começa literalmente a tomar conta das duas cidades em período nocturno (período que deve ser tão igualmente livre e seguro, para todos, como qualquer outro período do dia!) Ao invés, o governo perferiu, mais uma vez, a política fácil dos números estatísticos bem feitos e melhor interpretados, continuando a fazer passar a falsa ideia de que tudo está bem.
Mas esta é, pelo menos, uma actuação coerente, pois também, por exemplo, ao nível da educação (veja-se o relatório da OCDE) -- que também é um tema de fulcral importância actual -- tudo vai bem, embora aqueles que sabem, sabem que tal não é verdade, quer ao nível das efectivas qualificações dos alunos, quer ao nível justamente da segurança nas escolas, tema que também foi tratado com a mesma levianda e irresponsabilidade política.
A propaganda sofística ordena que tudo o que é mau, aos olhos deste governo, embora contra todas as evidências, está a diminuir!