quarta-feira, 20 de maio de 2009

Esquerda e direita

A terminologia política de “direita”, “centro e “esquerda” enraíza historicamente na Revolução Francesa (1789-1799), luta interna que envolveu políticos das várias camadas sociais, na França do século XVIII. As posições que essas camadas sociais ocuparam (fisicamente) nos “Estados Gerais” (Espécie de Congresso Legislativo), deu origem a essa terminologia.
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Em 1789, quando se iniciaram os trabalhos para a elaboração da primeira constituição francesa, os representantes políticos (deputados) posicionaram-se “geograficamente” nos bancos do plenário da seguinte forma:
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- À direita do plenário instalaram-se os representantes da alta burguesia chamados “Girondinos”. Era um grupo com ideias conservadoras, que procuravam defender os seus privilégios e evitar que as classes populares pudessem chegar ao poder ou que vissem as suas reivindicações atendidas. Não pretendiam grandes mudanças e sim reformas que os beneficiassem. Os representantes da esquerda chamavam-nos de reaccionários.
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- À esquerda posicionaram-se os representantes da baixa burguesia, os trabalhadores em geral e das camadas mais oprimidas (“sans-Culottes”). Esse grupo reunia-se num partido denominado de “Jacobinos”. Estes eram mais radicais e queriam destruir toda a ordem política, económica e social existente. Lutavam por reformas que levassem a conquistas e melhorias sociais. Eram progressistas e revolucionários e a direita apelidava-os de agitadores e radicais.
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- No centro da assembleia sentavam-se os membros representantes de uma parte da alta burguesia, parte da pequena e média burguesia, alguns membros da aristocracia, ou seja, a composição era variada. Não eram radicais e procuravam uma conciliação. Ora apoiavam a esquerda, ora apoiavam a direita. Não se comprometiam. Pode-se dizer que viviam de acordo com a sua conveniência. Estes termos, direita, centro e esquerda, que a princípio tinham uma conotação espacial, foram adquirindo um perfil ideológico até aos dias actuais. Quando se fala em “direita”, pensamos em conservadores; o termo “esquerda” faz-nos pensar em revolucionários ou progressistas; e “centro” denota aqueles indivíduos mais moderados ou conciliadores.

Hoje, aquilo a que se denominou como “a morte das ideologias” deu lugar à chamada “realpolitik” ou pragmatismo político, da qual resultou uma certa fluidez ideológica, sendo as políticas conduzidas não tão ferreamente por ideias definidas ideologicamente, mas também através de combinações de ideias fundamentais e soluções técnicas e pragmáticas. De qualquer modo, no caso do espectro político-partidário nacional, podemos dizer que, em geral, o CDS/PP é o partido que se situa mais à direita, o PSD será um partido do centro-direita, o PS do centro-esquerda, o PCP/PEV da esquerda e o BE será o partido mais à esquerda.

1 comentário:

Anónimo disse...

Penso que está na altura de divulgar o meu (esporádico) blog na blogosfera de esquerda.


Viriato Cabral

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