Decorreu ontem, no Auditório do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros (em pleno nordeste transmontano), a palestra “Aquecimento global – mito ou realidade?”, conduzida pelo ex-Professor Auxiliar do Instituto Superior Técnico de Lisboa, Eng.º Rui G. Moura, que constituiu uma agradável surpresa e um acontecimento intelectual pouco comum: porque é pouco comum a divulgação científica em Portugal, ainda menos no nordeste transmontano, e, para mais, tratando-se de ciência dissonante com o paradigma dominante.
A hipótese climatológica aceite hoje por uma ampla parte da comunidade científica é a de que as emissões antropogénicas de gases de efeito de estufa, como o CO2, estão a provocar uma subida excessiva da temperatura média global, interferindo, assim, no clima terrestre. Segundo esta hipótese, o “aquecimento global” continuará a aumentar exponencialmente face ao aumento das emissões de gases, com consequências dramáticas para a vida no planeta.
O Eng.º Rui Moura, como outros cientistas além fronteiras, contesta esta hipótese (veja-se o seu muito bem informado blog "mitos climáticos"). Afirma que não há qualquer relação entre as emissões de gases e o clima – “o homem não pode alterar o clima… e ainda bem, pois se isso fosse possível seria mais um motivo de discórdia, com uns a querer calor, outros frio…”, ironiza. Com base nos mesmos dados e fontes de investigação climatológica (como o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, da ONU -- IPCC), o Eng.º Rui Moura explica o clima e as suas alterações como fenómenos geoclimáticos: as alterações climáticas são naturais; podem identificar-se, nos estudos paleoclimatológicos, ciclos climáticos de cerca de 100.000 anos, que se iniciam com eras glaciares e passam por períodos de temperaturas mais elevadas; estaríamos, neste momento, na fase final de um período de temperaturas mais elevadas. Prova de que a hipótese do “aquecimento global” está refutada – como defendem estes cientistas – é a de que as temperaturas, de facto, estão a baixar, contrariamente ao que defende a comunidade científica (“liderada” pelo IPCC) e continuarão a baixar, independentemente das emissões de gases estarem a subir! Isto acontece, explica magistralmente o Eng.º Rui Moura, pois estaremos a aproximar-nos de um novo ciclo climático, que se inicia com um decréscimo das temperaturas e dá lugar a uma era glacial.
Outra diferença para o modelo explicativo que defende a existência do aquecimento global galopante é a de que a hipótese dos inadequadamente chamados “cépticos” (como se a ciência não fosse uma actividade crítica constante, que implica, necessariamente, uma boa dose saudável de dúvida!) parte de pressupostos epistemológicos diversos: baseia as suas hipóteses explicativas em dados observáveis, recolhidos no passado e no presente, e não recorre a modelos matemáticos e computacionais, usados pelo paradigma climatológico vigente para prever o clima do futuro, o que não seria outra coisa senão futurologia (nas palavras do Eng.º Rui Moura, “isso é astrologia, não é ciência!”).
Mas as críticas mais contundentes do Eng.º Rui Moura são de carácter sociológico-filosófico. A persistência da comunidade científica em aceitar, contra as evidências observacionais, a hipótese do “aquecimento global” tem uma causa política. Os movimentos ecologistas, baseados na deep ecology dos anos 60, que entretanto necessitaria de uma "boa causa", conseguiram convencer políticos e levar cientistas a reboque na aceitação de uma impostura intelectual, convencendo a opinião pública mundial de que a causa de um suposto aquecimento global seria a emissão de gases. Esta falsa ideia serviria para duas coisas: serviria para os ecologistas levarem as pessoas a pensar que deveríamos voltar a um estilo de vida anterior à modernidade industrial e económica, social e politicamente liberal, mas brutalmente nefasta para a “divinizada” natureza; e serviria aos governos mundiais para resolver – esse sim, um verdadeiro problema – o problema actual do esgotamento das fontes energéticas baseadas nos combustíveis fósseis. “O dinheiro que já se gastou na tentativa de diminuir as emissões de gases (sem se ter conseguido) seria muito mais bem aplicado resolvendo problemas globais como, por exemplo, a pobreza”, refere o Eng.º Rui Moura. A climatologia, defende, está numa profunda crise epistemológica e estará a tentar emergir, a muito custo, um novo paradigma de ciência dos climas – a geoclimatologia.
A ideia do Eng.º Rui Moura e outros conceituados geoclimatólogos é a de que as alterações climáticas são inevitáveis e independentes das emissões de gases; os seres humanos só têm, como sempre fizeram, de se adaptar a tais alterações; para isso deve investir-se na investigação científica e tecnológica para resolver o verdadeiro problema que a humanidade atravessa neste momento da sua história, que é o problema energético. O Eng.º Rui Moura defende que, enquanto não for descoberto um novo verdadeiro substituto do petróleo como fonte de energia do futuro, devemos entretanto desenvolver, paralelamente, tecnologia no sentido de ser usado o carvão, em moldes modernos, como energia de transição.
Em suma: quando a capacidade crítica comanda o espírito humano e este se consegue soltar da unanimidade conformista e politicamente correcta, da pertença por vezes asfixiante a uma comunidade científica, que tende a cair na tentação do dogmatismo, e das fortes influências sociais e políticas a que a ciência está demasiado facilmente sujeita, então a discussão livre de ideias é possível, a criação teórica dinamizada e a descoberta explicativa potenciada, na efectiva persecução da verdade científica. E se a hipótese do aquecimento global for um grande mal entendido ou até um embuste, mesmo que não intencional – uma impostura intelectual? E se as causas naturais constituirem, de facto, a verdadeira (e única) explicação para os fenómenos climáticos? É uma “velha” hipótese com fundamentos bastante consistentes e, portanto, mais provável que o status quo instalado quer fazer crer.
A hipótese climatológica aceite hoje por uma ampla parte da comunidade científica é a de que as emissões antropogénicas de gases de efeito de estufa, como o CO2, estão a provocar uma subida excessiva da temperatura média global, interferindo, assim, no clima terrestre. Segundo esta hipótese, o “aquecimento global” continuará a aumentar exponencialmente face ao aumento das emissões de gases, com consequências dramáticas para a vida no planeta.
O Eng.º Rui Moura, como outros cientistas além fronteiras, contesta esta hipótese (veja-se o seu muito bem informado blog "mitos climáticos"). Afirma que não há qualquer relação entre as emissões de gases e o clima – “o homem não pode alterar o clima… e ainda bem, pois se isso fosse possível seria mais um motivo de discórdia, com uns a querer calor, outros frio…”, ironiza. Com base nos mesmos dados e fontes de investigação climatológica (como o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, da ONU -- IPCC), o Eng.º Rui Moura explica o clima e as suas alterações como fenómenos geoclimáticos: as alterações climáticas são naturais; podem identificar-se, nos estudos paleoclimatológicos, ciclos climáticos de cerca de 100.000 anos, que se iniciam com eras glaciares e passam por períodos de temperaturas mais elevadas; estaríamos, neste momento, na fase final de um período de temperaturas mais elevadas. Prova de que a hipótese do “aquecimento global” está refutada – como defendem estes cientistas – é a de que as temperaturas, de facto, estão a baixar, contrariamente ao que defende a comunidade científica (“liderada” pelo IPCC) e continuarão a baixar, independentemente das emissões de gases estarem a subir! Isto acontece, explica magistralmente o Eng.º Rui Moura, pois estaremos a aproximar-nos de um novo ciclo climático, que se inicia com um decréscimo das temperaturas e dá lugar a uma era glacial.
Outra diferença para o modelo explicativo que defende a existência do aquecimento global galopante é a de que a hipótese dos inadequadamente chamados “cépticos” (como se a ciência não fosse uma actividade crítica constante, que implica, necessariamente, uma boa dose saudável de dúvida!) parte de pressupostos epistemológicos diversos: baseia as suas hipóteses explicativas em dados observáveis, recolhidos no passado e no presente, e não recorre a modelos matemáticos e computacionais, usados pelo paradigma climatológico vigente para prever o clima do futuro, o que não seria outra coisa senão futurologia (nas palavras do Eng.º Rui Moura, “isso é astrologia, não é ciência!”).
Mas as críticas mais contundentes do Eng.º Rui Moura são de carácter sociológico-filosófico. A persistência da comunidade científica em aceitar, contra as evidências observacionais, a hipótese do “aquecimento global” tem uma causa política. Os movimentos ecologistas, baseados na deep ecology dos anos 60, que entretanto necessitaria de uma "boa causa", conseguiram convencer políticos e levar cientistas a reboque na aceitação de uma impostura intelectual, convencendo a opinião pública mundial de que a causa de um suposto aquecimento global seria a emissão de gases. Esta falsa ideia serviria para duas coisas: serviria para os ecologistas levarem as pessoas a pensar que deveríamos voltar a um estilo de vida anterior à modernidade industrial e económica, social e politicamente liberal, mas brutalmente nefasta para a “divinizada” natureza; e serviria aos governos mundiais para resolver – esse sim, um verdadeiro problema – o problema actual do esgotamento das fontes energéticas baseadas nos combustíveis fósseis. “O dinheiro que já se gastou na tentativa de diminuir as emissões de gases (sem se ter conseguido) seria muito mais bem aplicado resolvendo problemas globais como, por exemplo, a pobreza”, refere o Eng.º Rui Moura. A climatologia, defende, está numa profunda crise epistemológica e estará a tentar emergir, a muito custo, um novo paradigma de ciência dos climas – a geoclimatologia.
A ideia do Eng.º Rui Moura e outros conceituados geoclimatólogos é a de que as alterações climáticas são inevitáveis e independentes das emissões de gases; os seres humanos só têm, como sempre fizeram, de se adaptar a tais alterações; para isso deve investir-se na investigação científica e tecnológica para resolver o verdadeiro problema que a humanidade atravessa neste momento da sua história, que é o problema energético. O Eng.º Rui Moura defende que, enquanto não for descoberto um novo verdadeiro substituto do petróleo como fonte de energia do futuro, devemos entretanto desenvolver, paralelamente, tecnologia no sentido de ser usado o carvão, em moldes modernos, como energia de transição.
Em suma: quando a capacidade crítica comanda o espírito humano e este se consegue soltar da unanimidade conformista e politicamente correcta, da pertença por vezes asfixiante a uma comunidade científica, que tende a cair na tentação do dogmatismo, e das fortes influências sociais e políticas a que a ciência está demasiado facilmente sujeita, então a discussão livre de ideias é possível, a criação teórica dinamizada e a descoberta explicativa potenciada, na efectiva persecução da verdade científica. E se a hipótese do aquecimento global for um grande mal entendido ou até um embuste, mesmo que não intencional – uma impostura intelectual? E se as causas naturais constituirem, de facto, a verdadeira (e única) explicação para os fenómenos climáticos? É uma “velha” hipótese com fundamentos bastante consistentes e, portanto, mais provável que o status quo instalado quer fazer crer.
8 comentários:
Se e perfeitamente logico dizer que os "defensores" do aquecimento global estão errados e são simples fantoches dos defensores da ecologia profunda, acho que também faz sentido dizer que talvez aqueles que dizem que o aquecimento global é uma fraude sejam puros fantoches manobrados por companhias petroliferas por exemplo.
Eu cá acho que deixar as coisas andar até ao ponto em que já não há nada a fazer só porque a comunidade cientifica está dividida é um bocado absurdo. Mais vale presumir que o aquecimento global existe e aproveitar para reduzir as emissões de combustiveis fosseis que não só evitam o aquecimento gobal como também permitem uma passagem mais eficaz para as energias renovaveis.
Miguel, In response to your post on Deep Ecology / Global Warming :
Industrial Society Destroys Mind and Environment.
Industrial Society is destroying necessary things [Animals, Trees, Air, Water and Land] for making unnecessary things [consumer goods].
"Growth Rate" - "Economy Rate" - "GDP"
These are figures of "Ecocide".
These are figures of "crimes against Nature".
These are figures of "destruction of Ecosystems".
These are figures of "Insanity, Abnormality and Criminality".
The link between Mind and Social / Environmental-Issues.
The fast-paced, consumerist lifestyle of Industrial Society is causing exponential rise in psychological problems besides destroying the environment. All issues are interlinked. Our Minds cannot be peaceful when attention-spans are down to nanoseconds, microseconds and milliseconds. Our Minds cannot be peaceful if we destroy Nature [Animals, Trees, Air, Water and Land].
Chief Seattle of the Indian Tribe had warned the destroyers of ecosystems way back in 1854 :
Only after the last tree has been cut down,
Only after the last river has been poisoned,
Only after the last fish has been caught,
Only then will you realize that you cannot eat money.
To read the complete article please follow any of these links.
Industrial Society Destroys Mind and Environment
Industrial Society Destroys Mind and Environment
Industrial Society Destroys Mind and Environment
Industrial Society Destroys Mind and Environment
sushil_yadav
Delhi, India
Claro que, caro Edgar, a prudência, quando temos que tomar decisões sobre a nossa acção, é a melhor virtude a seguir. Nisso não há dúvidas.
No entanto, o que está em causa, do ponto de vista científico, é saber se há ou não relação de causa-efeito entre emissões antropogénicas e aquecimento global (e até se este existe mesmo!). A maioria dos cientistas parece hoje encontrar razões para dizer que há; os "cépticos" encontram razões para dizer que não há, propondo outra explicação para o funcionamento do clima.
Claro que podem estar ambos os lados a ser influencidos por factores não estritamente científicos, como parece inevitável (como mostra Kuhn). Mas se não houver relação entre emissões antropogénicas e o clima, isso não significa que não procuremos diminuir o nível de emissões, embora não porque "temos a certeza" que alterará o clima, mas porque ha uma crise energética seria, que tem que ser resolvida (enquanto não for, há que poupar recursos).
Penso que talvez a pressão (naturalmente humana) das emoções e paixões, de fundo ideológico, sobre a razão crítica possa estar a ser um pouco mais forte do lado dos ecologistas radicais.
Of course, Mr. Sushil Yadav, we cannot destroy nature. But we must based this prudent action in truelly good reasons. Perhaps, Deep Ecology don't have it enough.
Otherwise, the problem analised in my post is about the logique and sociological way of makink science: maibe there are no objective relation between industrial society and the global warming (if they real exist!). India is growing as a democratic and liberal society, using, in general, the economic and social model of west; the conditions of thounsands of people is better now, isn't it?
But this is not to say "let's continue polluting!". No, of course not. Perhaps the emocional way (alone) of deal with our great humanity problems is not the best one. I think we must be rational enough too; profundly and hoolistic rational, to think about the problems of human kind. And we must continue the human kind adventure to solve our problems using rational and critical dialogue with each other. In that way, the human kind is only in pre-history! Let's keep going!
That's a pleasure to dialogue with you, Sushil Yadav. You'r wellcome!
Deve a ciência escolher um lado e financiar pesquisas que alegam verdades inconvenientes?
O maior problema atualmente é que nós, pesquisadores, temos de concluir teses antes mesmo de analisarmos os dados. Há pressa e globalização da ciência, e por que não dizer capitalismo científico, onde é extremamente difícil conseguir apoio financeiro para novas teorias e novos caminhos que não sejam os trilhados por entidades como NOAA, NASA,... Nunca deverá haver consenso entre cientistas mas sempre deverá existir linhas de pesquisa contraditórias e é isto que atualmente não está ocorrendo. É como se a opinião pública, leiga, tivesse o mesmo valor que climatologistas, ases do clima.
Recomendo vivamente a leitura do livro "Scared to death" de Christopher Richard. (adquiri-o pela Amazon, http://amazon.co.uk)
É que o aquecimento global não é o único pânico. Tem havido muitos, desde as vacas loucas à gripe das aves.
Aparentemente já deixamos para trás a democracia, governo pelo povo e vivemos em fobocracia, governo pelo medo.
É que "o que é necessário é assustar a malta"... um povo assustado governa-se melhor, governa-se e rouba-se melhor.
É claro que todos estes perigos ou são inexistentes ou, a existirem, são profundamente exagerados.
Quanto ao princípio da precaução, não temos a certeza do aquecimento global mas, na dúvida é conveniente combatê-lo não vá ele existir mesmo, esquece que este pretenso combate custa uma fortuna e deixa na miséria e fome milhões de desgraçados.
Há um documentário do Canal 4 britânico muito interessante sobre o pretenso aquecimento global.
Encontra-se em onze partes no Youtube (e legendado em português).
Recomendo-o.
(coloquei os links das onze partes no meu blog em http://cabalas.blogspot.com/2009/05/o-aquecimento-global-uma-religiao-para.html)
Olá, boa tarde.
Chapelada.
.
http://en.wikipedia.org/wiki/Climatic_Research_Unit_e-mail_hacking_incident
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