O chamado “Congresso” do PS – um partido pluralista, como gostam de o apelidar! – não parecia, de todo, um congresso. Foi mais uma festa. O unanimismo era tal, que de congresso do PS não teve praticamente nada. Um líder de saída, mas aclamado em sinal de que agora “estamos contigo, Zé!”, embora seja mais: “óh Zé!”, não nos queremos enterrar contigo! E, depois, não se percebe muito bem como não se tenha falado da situação grave do país, das negociações com Bruxelas e com o FMI, do futuro próximo de austeridade… Foi um "congresso" de um partido apostado em ludibriar até ao estertor final de Sócrates. Um congresso ficcional, num país ficcionado!
Salvo talvez as excepções de Jaime Gama, que lembrou a responsabilidade de um partido que, apesar de estar em campanha, também ainda é governo num altura extremamente complexa, e de Ana Gomes (para quem «a rosa não cheira bem»), que apresentou as principais críticas a esse mesmo governo, que poderiam ter sido assinadas por qualquer outro político minimamente atento ao interesse público, o que aconteceu este fim-de-semana mais parecia, como alguém disse, uma missa da IURD! E com um momento alto, de rasgado recorte místico – António Vitorino em êxtase, “Óh Zé! Óh Zé! Óh Zé!”
É, pois, com naturalidade que o Ministro das Finanças do governo PS afirme que o pacote de austeridade deve ser negociado com os partidos da oposição (!) e que um comissário europeu tenha que mandar calar esta gente! Este é o partido, agora ainda aturdido aos pés de Sócrates, que pretende fazer passar a mensagem do bom samaritano, único guardião nacional face ao suposto ataque dos bárbaros e, mais importante, fonte inesgotável de ideias (todas verdades absolutas, claro) para uma fase decisiva para o país, agora que terá mesmo que findar o limbo de embustes e retórica manipuladora.
Não é de estranhar que, ao olhar para Portugal, os leitores de “Astérix” por essa Europa e mundo civilizado fora soltem um estarrecido “estes portugueses são loucos!!” Mas ao contrário da lendária aldeia gaulesa, que resistiu heroicamente ao invasor romano, este cantinho da Europa ficará para a história como um magote de crianças, que, às turras, escarneciam do seu povo, enquanto deixavam os financiadores à espera!
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