Sócrates é, como sempre foi, o político espectáculo. Usa e abusa das velhas, mas revitalizadas e bem evoluídas técnicas retóricas. Manipula a bel-prazer. Faz o que quer da vida pública portuguesa. Banqueteia(m)-se.
Como profere o seu homónimo grego no texto platónico, a retórica apenas manipula um auditório ignorante, que não sabe o suficiente para julgar criticamente – «a retórica não tem necessidade de conhecer a realidade das coisas, basta-lhe uma certa técnica de persuasão que ela inventou para parecer, perante os ignorantes, mais sábia do que os sábios» (Platão, Górgias 459c).
O “nosso” Sócrates e assessores sabem-no bem! «Não é uma maravilhosa facilidade, Sócrates, sem qualquer estudo das outras artes, graças unicamente a esta, poder estar à altura de todos os especialistas?» (Idem.)
E Sócrates pode, como sempre pôde, brincar com as pessoas, jogar com o presente e o futuro de todos os portugueses, em troca de uma vida faustosa como político (e não só), para si e para os seus, mais directos ou indirectos colaboradores.
Mas isso não tem importância – ainda há 33% que gostam que brinquem com eles, que os manipulem, que os enganem… que os iludam – qual «ópio do povo». Marx defendia que, para o povo, o “ópio” mais atordoante era a religião; hoje, o “ópio” é a ilusão de uma vida cómoda, consumista e fácil! E quem melhor parece poder dar-nos tal paraíso nublado?!
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