“Einstürzende neubauten”
(Madrid, Agosto 2009)
© Miguel Portugal
terça-feira, 27 de abril de 2010
quinta-feira, 22 de abril de 2010
«Logo que o divino Ulisses regressou das terras de Tróia, mandou enforcar numa mesma corda uma dúzia de escravas pertencentes à sua casa, por suspeita de mau comportamento durante a sua ausência. A questão da pertinência deste enforcamento. Não se colocava. As jovens eram sua propriedade e a livre disposição de uma propriedade era então, como é hoje, uma questão de conveniência pessoal, não de bem ou de mal. E, no entanto, os conceitos de bem e de mal não faltavam na Grécia da “Odisseia”… Ainda hoje não há ética que se aplique à terra, assim como aos animais e às plantas que crescem sobre ela. A terra, exactamente como as jovens escravas da “Odisseia”, é sempre considerada como uma propriedade. A relação com aterra é ainda estritamente económica: compreende privilégios, mas nenhuma obrigação.»
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Aldo Leopold, A Land Ethic 1949, cit in J.-L. Ferry, A Nova Ordem Ecológica, trad. port. Luís de Barros (Lisboa: Asa, 1993) 139.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Liberdade de expressão -- muito oportuno!
Os americanos são loucos!
sexta-feira, 16 de abril de 2010
"Manso é a tua tia, pá!"
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terça-feira, 13 de abril de 2010
Desonestidade intelectual
sábado, 10 de abril de 2010
Passos firmes
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Homossexualidade 5. Contrária à Natureza?
Mas o que significa “contrário à natureza”?
Uma das formas de definir aquilo que é “conforme a natureza” consiste em apresentar características ou comportamentos que são partilhados pela maioria. Tudo o que escapa a esta maioria seria contrário à natureza. Trata-se, pois, de uma noção meramente estatística. Assim, a homossexualidade seria contrária à natureza, neste sentido, e, portanto, considerada má. Mas o mesmo se poderia dizer de outras características humanas menos comuns, como ser canhoto. Porém, ser canhoto não é certamente um motivo para considerar alguém eticamente mau. Além de que, muitas vezes, as qualidades raras são até consideradas boas.
Outra forma de definir a conformidade com a natureza tem a ver com a finalidade de uma coisa. As várias partes do nosso corpo parecem servir finalidades particulares: os olhos servem para ver, o coração para bombear sangue, as pernas como meio de locomoção... Também a finalidade dos órgãos genitais seria a procriação – o sexo serve para procriar. Assim, poderia dizer-se que o sexo homossexual é contrário à natureza, porque é uma actividade sexual que não serve a sua finalidade natural. No entanto, se o sexo homossexual for condenado por esta razão, então teríamos, consistentemente, de condenar eticamente muitas outras práticas sexuais, como a masturbação, o sexo oral ou até mesmo o sexo praticado por mulheres após a menopausa. Tais práticas seriam tão “contrárias à natureza” e, supostamente por isso, tão más como o sexo homossexual. No entanto, este argumento não é válido: parte do princípio de que é eticamente errado usar partes do nosso corpo para finalidades diferentes das suas finalidades naturais, o que é claramente falso. Para além da finalidade natural dos olhos consistir em ver, não parece errado usá-los para namoriscar ou fazer um sinal; para além da finalidade natural dos dedos ser agarrar e mexer, não parece errado usá-los para os estalar ao compasso da música.
Em suma: não é pelo facto de uma característica ou comportamento escapar à maioria, que temos de o considerar eticamente mau; como também não é racional afirmar que não se possam usar partes do nosso corpo para outras finalidades para além daquelas que parecem estar definidas por natureza. "Contrário à natureza" tem sido utilizado como termo comparativo de avaliação ética. Mas se não se encontrar melhor explicação para “contrário à natureza”, toda esta linha argumentativa terá de ser rejeitada. Por isso, a tentativa, muito disseminada, de reprovar eticamente a homossexualidade por alegadamente ser “contrária à natureza” falha, uma vez que não se vislumbram razões válidas que a sustentem.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Primeiro (grande) passo
terça-feira, 6 de abril de 2010
Não se passa nada!
Resta saber que orientações têm, de facto, os funcionários, designadamente os que supervisionam as entradas e saídas da escola, e que tipo de verificação de cumprimento de ordens é exercida. Em geral, muitos directores (e antes Presidentes dos Conselhos Executivos) tendem a não possuir políticas claras de actuação a vários níveis, particularmente ao nível da autoridade – graças a uma irresponsável ambivalência que provem do ME –, bem como também tendem a não exercer grande autoridade na fiscalização da execução das directivas (quando as há). À boa maneira lusa, os cérebros reagem (e mal), não actuam projectivamente.
Será justo os funcionários das escolas serem responsabilizados (se o forem) por directivas, que, podendo constar dos magnânimos Estatuto dos Alunos e Regulamentos Internos, não são, na prática, assumidas consistentemente pelas cúpulas – ME e direcções das escolas? Neste país em que a coragem para assumir responsabilidades de alto nível começa a cair para planos lamacentos e odorificamente desagradáveis, estamos agora na fase do “não se passou nada”, mas ainda assim toma lá um “faz de conta que responsabilizamos estes coitados”.
Consistência política, responsabilização dos encarregados de educação num mínimo educacional admissível para as crianças frequentarem as escolas, projectos educativos reais e com execução supervisionada, responsabilização de funcionários e docentes (haja regulamentação e orientação política para isso), mas, sobretudo, espírito de missão informado e motivador do governo, das instituições tutelares intermédias e das direcções das escolas no sentido de por em prática um verdadeiro plano de educação e ensino dos jovens nas escolas públicas portuguesas – eis o que falta (e continuará, pelos vistos, a faltar).
Não nos preocupemos – não se passa nada!