O inquérito da Inspecção-Geral da Educação sobre a morte de Leandro concluiu que não se tratou de um caso de “bullying” e isenta de responsabilidades a direcção da escola Luciano Cordeiro, em Mirandela, pelo facto de o jovem de 12 anos ter saído do estabelecimento durante o período lectivo. A criança terá saído do recinto escolar, "presumivelmente através das grades", enquanto os restantes colegas saíram pelo portão principal "sem serem impedidos". Daqui resulta apenas a extracção de certidões para enviar à Câmara Municipal de Mirandela, que tutela os funcionários da escola.
Resta saber que orientações têm, de facto, os funcionários, designadamente os que supervisionam as entradas e saídas da escola, e que tipo de verificação de cumprimento de ordens é exercida. Em geral, muitos directores (e antes Presidentes dos Conselhos Executivos) tendem a não possuir políticas claras de actuação a vários níveis, particularmente ao nível da autoridade – graças a uma irresponsável ambivalência que provem do ME –, bem como também tendem a não exercer grande autoridade na fiscalização da execução das directivas (quando as há). À boa maneira lusa, os cérebros reagem (e mal), não actuam projectivamente.
Será justo os funcionários das escolas serem responsabilizados (se o forem) por directivas, que, podendo constar dos magnânimos Estatuto dos Alunos e Regulamentos Internos, não são, na prática, assumidas consistentemente pelas cúpulas – ME e direcções das escolas? Neste país em que a coragem para assumir responsabilidades de alto nível começa a cair para planos lamacentos e odorificamente desagradáveis, estamos agora na fase do “não se passou nada”, mas ainda assim toma lá um “faz de conta que responsabilizamos estes coitados”.
Consistência política, responsabilização dos encarregados de educação num mínimo educacional admissível para as crianças frequentarem as escolas, projectos educativos reais e com execução supervisionada, responsabilização de funcionários e docentes (haja regulamentação e orientação política para isso), mas, sobretudo, espírito de missão informado e motivador do governo, das instituições tutelares intermédias e das direcções das escolas no sentido de por em prática um verdadeiro plano de educação e ensino dos jovens nas escolas públicas portuguesas – eis o que falta (e continuará, pelos vistos, a faltar).
Não nos preocupemos – não se passa nada!
Resta saber que orientações têm, de facto, os funcionários, designadamente os que supervisionam as entradas e saídas da escola, e que tipo de verificação de cumprimento de ordens é exercida. Em geral, muitos directores (e antes Presidentes dos Conselhos Executivos) tendem a não possuir políticas claras de actuação a vários níveis, particularmente ao nível da autoridade – graças a uma irresponsável ambivalência que provem do ME –, bem como também tendem a não exercer grande autoridade na fiscalização da execução das directivas (quando as há). À boa maneira lusa, os cérebros reagem (e mal), não actuam projectivamente.
Será justo os funcionários das escolas serem responsabilizados (se o forem) por directivas, que, podendo constar dos magnânimos Estatuto dos Alunos e Regulamentos Internos, não são, na prática, assumidas consistentemente pelas cúpulas – ME e direcções das escolas? Neste país em que a coragem para assumir responsabilidades de alto nível começa a cair para planos lamacentos e odorificamente desagradáveis, estamos agora na fase do “não se passou nada”, mas ainda assim toma lá um “faz de conta que responsabilizamos estes coitados”.
Consistência política, responsabilização dos encarregados de educação num mínimo educacional admissível para as crianças frequentarem as escolas, projectos educativos reais e com execução supervisionada, responsabilização de funcionários e docentes (haja regulamentação e orientação política para isso), mas, sobretudo, espírito de missão informado e motivador do governo, das instituições tutelares intermédias e das direcções das escolas no sentido de por em prática um verdadeiro plano de educação e ensino dos jovens nas escolas públicas portuguesas – eis o que falta (e continuará, pelos vistos, a faltar).
Não nos preocupemos – não se passa nada!
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