sexta-feira, 16 de abril de 2010

"Manso é a tua tia, pá!"

Francisco Louçã, em final de tarde, constata que o PM, José Sócrates, "está a ficar mais manso", uma vez que este já tinha acusado o dirigente bloquista de "desonestidade intelectual". O bom Sócrates, viril e a firmar aquilo que começa a erguer-se como um costume desta querida, mas mansa, República, retorquiu, em surdina, "manso é tua tia, pá!"
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Eis a imensidão do vicioso carácter de um homem muito pouco democrático, que por vezes (muito poucas ou nenhumas, claro) roça a rudeza simplória e cuja corriqueira falta de polidez afecta, sobremaneira, a boa governança, pois estes seus gestos inviabilizam a benfazeja paz ético-política e virtuosa sabedoria tão necessárias a período tão exigente como o que o país atravessa.
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Mas pior é a mansidão com que estes tristes episódios são acolhidos: muito certamente o nexo de causalidade funda-se na provocação de Louçã; nem pensar apontar a prepotência pueril, o pequeno mau carácter ou a triste falta de polidez de um político, muito menos de um chefe de governo, porque isso seria uma fuga à verdadeira política. Afinal, essa suposta boa política é feita de actos eticamente impermissíveis, moralmente reprováveis e mesmo judicialmente condenáveis (se tal fosse possível). Mas não faz mal; o povo é manso.

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