quarta-feira, 30 de junho de 2010



Dar a pensar…


«Lembra-te de que o tempo é dinheiro. Quem pode ganhar com o seu trabalho dez xelins por dia e vai passear metade do dia, ou fica a preguiçar no quarto, não pode, mesmo se despender apenas seis dinheiros, com os seus prazeres, contar apenas esta despesa, pois acabou, na realidade, por gastar, ou melhor, por deitar fora mais cinco xelins.
(…)
Lembra-te que o crédito é dinheiro. Se alguém me deixar ficar com o seu dinheiro depois da data em que eu teria de lho pagar, está a oferecer-me os juros ou tudo o que ele me tiver rendido durante todo esse tempo. Isso ascenderá a um montante significativo quando alguém tem um bom crédito e faz um bom uso dele.
(…)
Lembra-te que o dinheiro tem uma natureza reprodutora e fecunda. O dinheiro pode reproduzir dinheiro, que, por sua vez, produzirá mais dinheiro, e assim sucessivamente. Cinco xelins a render transformam-se em seis, e depois em sete e três dinheiros, e assim por diante, até se transformarem em cem libras esterlinas. Quanto mais dinheiro houver mais ele rende, de tal modo que o lucro aumenta cada vez mais rapidamente. Quem mata uma porca aniquila a sua descendência até à milésima geração. Quem destrói uma moeda de cinco xelins, assassina (!) tudo o que poderia ter sido produzido com ela: pilhas e pilhas de libras esterlinas.»

Benjamin Franklin, “Advice to a young tradesman” (1748), in: Works, org. Sparks (Chicago, 1882) 80-85.

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