Tal como era preciso ter cuidado com os comunistas, porque "comem criancinhas ao pequeno almoço", assim também há que fugir do PSD, porque "é um partido ultra-liberal". Este é o argumento central da estratégia do PS de Sócrates para tentar evitar a vitória da "direita" nas próximas eleições. A metáfora que pretendia afastar os eleitores dos comunistas, terá funcionado, em tempos, devido às baixas qualificações dos eleitores e ao medo que os fazia sentir. O mesmo se pretende com este conceito de "ultra-liberal": como o povo não sabe o suficiente de economia e menos ainda de teoria política, parece fácil para Sócrates e acólitos enganar: afinal, ninguém sabe muito bem o que é isso de ser liberal, mas a receita é passada como se de um papão se tratasse; imagine-se ser ULTRA-liberal -- a coisa deve ser bem mais medonha!
O que sustenta este argumento do PS são, basicamente duas falácias (argumentos inválidos, que parecem válidos e, por isso, são enganadores, manipuladores): um apelo ao medo (não faças isso, que é perigoso!) e um jogo de palavras indefinidas e, de qualquer modo, de que o auditório não domína o conceito (atira-se com um termo estranho, que as pessoas não sabem o significado, e quer-se fazer crer que é algo nefasto, ficando assim o auditório sem armas para se defender, pois, não sabendo o que significa ser liberal nem ultra-liberal, não pode formar uma opinião crítica).
Já alguém se questionou o que é isso de ser liberal (o prefixo "ultra" é apenas uma hipérbole, politicamente inconsequente)? Será mesmo "mau"? Quanto a "maldade", já se vê, o Liberalismo terá tanto como o terá o Socialismo e o Conservadorismo -- não é uma categoria que se aplique a sistemas de ideias políticas! Afinal, são sempre as ideias que importa discutir.
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