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Leituras...
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O livro termina com um capítulo em que o autor coloca frente a frente uma abordagem da filosofia política característica do individualismo liberal, orientada pelo ideal de justiça, com uma abordagem feminista, orientada pela atenção ao caso concreto e por uma ética do afecto, concluindo que
«as críticas feministas exigem, não que substituamos a ética da justiça pela ética da atenção no centro da filosofia política, mas que apliquemos a ideia de justiça com uma sensibilidade enriquecida às formas através das quais as nossas instituições podem dar corpo e reproduzir a injustiça. (...)
Assim, a teoria feminista não exige o abandono das nossas ideias de justiça mais fundamentais, mas a sua aplicação consistente.» (p.286)
Na abordagem dos temas seleccionados, o autor percorre a rica tradição de pensamento político ocidental, de mais de 2500 anos, de Platão a Rawls, de uma forma acessível ao leitor não iniciado, mas simultaneamente sem perder o rigor e a profundidade de análise características da filosofia.
Trata-se de uma obra, por exemplo, de base num curso de Introdução à Filosofia Política, orientado pelo autor, em Oxford, e, de qualquer modo, imperdível para quem deseja aumentar a sua consciência do mundo da organização política da sociedade e apetrechar-se com os elementos teóricos fundamentais para poder pensar mais criticamente sobre o tema.
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