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Outra falácia muito interessante é a das "novas" faltas dos alunos. Os números do ME dizem que os alunos estão a faltar menos. Mas a realidade das escolas não se alterou, com alunos do ensino secundário a faltarem tanto quanto faltavam antes e até a serem excluídos por excesso de faltas, quando assim a lei (e o bom senso!) obriga. Claro que no ensino básico, ninguém é excluído; continua, portanto, tudo como estava… Só com uma diferença, que atinge agora também o secundário: há mais um expediente burocrático para atrapalhar o trabalho docente e facilitar o “passa, passa”, com os alunos mais prevaricadores em termos de ausência ao tempo e espaço de real aprendizagem – a aula – a serem beneficiados com uma possibilidade de, caso sejam bem sucedidos num "teste" sobre temáticas leccionadas nas suas ausências (que se repete caso não sejam bem sucedidos à primeira!), verem as suas faltas “desaparecer” para efeitos de reprovação. Talvez fosse bom que alguém perguntasse à sra. Ministra qual, afinal, a função da “falta”, se é que tem ainda alguma função no “modernaço” sistema educativo português... e já agora, se se trata de um sistema justo!
A sra. Ministra diz estar tudo bem, claro, e defendeu ainda a tese – em jeito de balanço! – de que as suas políticas promoveram (fica sempre bem!) mais igualdade de oportunidades. Ora, quem conhece verdadeiramente as escola, como a sra. Ministra teima em não querer conhecer, sabe que, pelo contrário, as políticas facilitistas do ME dos últimos anos têm vindo, precisamente, a cavar o fosso entre os alunos que têm mais facilidades (intelectuais, sociais, culturais, económicas) em aprender e os que necessitam de "mais escola" e não de "menos escola" para, efectivamente, poderem desenvolver competências e adquirir conhecimentos, que lhes permitissem estar em real igualdade de condições de acesso à vida activa futura.
O socialismo educacional continua, o eduquês veio para ficar (mais popular não há!) e o nível intelectual dos debates parlamentares continua… pobre.
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