Na entrevista de ontem a Mário Crespo, na SIC, MFL apresentou a sua visão prudencial sobre os investimentos públicos para evitar o endividamento e a penhora das gerações futuras. Mostrou como as "grandes" decisões, como a escolaridade obrigatória alargada ao 12.º ano, bem como as grandes" obras públicas, como o TGV ou o aeroporto, não se tomam em vesperas de eleições, uma vez que, não havendo tempo para as concretizar, servirão apenas de arma eleitoralista, que compromete os interesses das pessoas e do país. Evidenciou, mais uma vez, e em contraste com o seu principal opositor político, a frontalidade ética de quem está na política para servir e não para dela se servir, quando afirmou que se perder as Europeias, "perdi!", e, naturalmente, não consultará, por isso, o partido como nenhum outro dirigente partidário o fará.
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Mas, ainda assim,... temos caso. É que das suas palavras quando questionada sobre a viabilização de um hipotético bloco central, a oposição -- jornalística primeiro, com a SIC Notícias e o DN (que chegou ao cúmulo de fazer manchete hoje com isto!) e partidária depois, com Augusto Santos Silva a aproveitar para "malhar na direita"(!) -- interpretou logo (ainda a entrevista não tinha ido para o ar!) como lhe convinha: que MFL é adepta de uma coligação com o PS. Quando o que disse foi que apoiaria qualquer governo cujos interesses fossem os do país e não os da perpetuação, sem olhar a meios, do poder! A quem se estaria a referir?
.A exegése é uma técnica exigente. Não será para todos. Mas, será preciso munirmo-nos de um curso de hermenêutica para interpretar as palavras de MFL? Ou, pelo contrário, não será mais salutar cursarmos retórica e manipulação propagandística para melhor escaparmos ao discurso virulento de um PS em vertigem pela sua voracidade de domínio a todo o custo?
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