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O que se trata é apenas do escrutínio da cidadania enformada de valores éticos, que exige a um político exigente (e talvez ainda bem que o é), que seja o primeiro a orientar a sua acção como pessoa, cidadão e político, justamente com base em tais valores. Aliás, como refere o mesmo António Costa Pinto, professor no Instituto de Ciências Sociais em Lisboa e especialista em elites políticas, o fenómeno do escrutínio da acção dos políticos é, em muitos outros países, perfeitamente comum e qualquer político tem consciência disso, integrando naturalmente o fenómeno na sua vida pública.
Assim, entre um vazio de poder, não elegendo ninguém por declarada incompetência e falta de carácter de todos os candidatos, e escolher o menos mau de entre os maus candidatos a desempenhar as importantes funções públicas (sem as quais não poderíamos viver enquanto sociedade organizada!), só mesmo os mais incautos ou insensatos optariam sistematicamente pela primeira alternativa.
Mas mesmo escolher o menos mau não é o mesmo que não fazer nada a seguir para que, ainda assim, se torne o menos mau possível! Ora, mesmo admitindo que José Sócrates seja o menos mau (e isso está ainda por determinar!) de entre os maus políticos, isso não faz dele um “bom político”!
A ver se nos entendemos, pois. O que está em questão quando se fala de ética na política é justamente o direito/dever de escrutínio da cidadania: se um político, que desempenha (ou deseja vir a fazê-lo) um cargo público, não tem em conta valores éticos na sua acção – fundamentais para se manter como um bom exemplo de exigência ética perante a sociedade, ainda por cima quando tais valores são cada vez mais tão profusamente exigidos ao comum dos mortais que compõe as nossas sociedades democráticas e liberais contemporâneas – então deve ser, no mínimo, criticado por tal. O objectivo é – caso estejamos na presença, como deveríamos estar, de homens humildes, com capacidade auto-crítica e espírito de serviço público – fazê-lo reflectir e, naturalmente, alterar atitudes e transformar crenças axiológicas, a fim de, assim, se adequarem melhor à nobre e importantíssima função social, que é governar.
Assim, entre um vazio de poder, não elegendo ninguém por declarada incompetência e falta de carácter de todos os candidatos, e escolher o menos mau de entre os maus candidatos a desempenhar as importantes funções públicas (sem as quais não poderíamos viver enquanto sociedade organizada!), só mesmo os mais incautos ou insensatos optariam sistematicamente pela primeira alternativa.
Mas mesmo escolher o menos mau não é o mesmo que não fazer nada a seguir para que, ainda assim, se torne o menos mau possível! Ora, mesmo admitindo que José Sócrates seja o menos mau (e isso está ainda por determinar!) de entre os maus políticos, isso não faz dele um “bom político”!
A ver se nos entendemos, pois. O que está em questão quando se fala de ética na política é justamente o direito/dever de escrutínio da cidadania: se um político, que desempenha (ou deseja vir a fazê-lo) um cargo público, não tem em conta valores éticos na sua acção – fundamentais para se manter como um bom exemplo de exigência ética perante a sociedade, ainda por cima quando tais valores são cada vez mais tão profusamente exigidos ao comum dos mortais que compõe as nossas sociedades democráticas e liberais contemporâneas – então deve ser, no mínimo, criticado por tal. O objectivo é – caso estejamos na presença, como deveríamos estar, de homens humildes, com capacidade auto-crítica e espírito de serviço público – fazê-lo reflectir e, naturalmente, alterar atitudes e transformar crenças axiológicas, a fim de, assim, se adequarem melhor à nobre e importantíssima função social, que é governar.
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