
Quando um argumento é bom funciona em qualquer contexto. Testemos: como a maioria das medidas tomadas pelos governos de José Sócrates (tomemos aqui apenas a área da educação) foram prejudiciais para o país, é porque ele é um mau governante; é certo que foram tomadas algumas boas medidas (plano nacional da leitura, plano de acção para a Matemática, inglês no ensino básico ou alguma dotação tecnológica das escolas), mas isso não interessa – José Sócrates e os seus nem merecem sequer ser ouvidos; são, em absoluto e inapelavelmente, maus governantes; ponto final.
Trata-se de uma generalização precipitada, uma falácia sobejamente conhecida. Até os mais furiosos (emoções!) com o estilo ou com os erros políticos de José Sócrates e acólitos, designadamente na área da educação, devem reconhecer, como é o meu caso, de forma razoável (racionalidade), que entre o grande mau serviço público prestado ao país devem ser reconhecidas algumas excepções benfazejas.
José Sócrates não consegue fazê-lo: o seu estilo arrogante (emoções) não lhe permite sequer dialogar e repensar possíveis atendíveis excepções – seria demasiado razoável (e demasiado democrático, claro).
Sem comentários:
Enviar um comentário