terça-feira, 22 de setembro de 2009

Biografia não autorizada

Não autorizada, mesmo: o autor, Rui Costa Pinto, queixa-se que a editora tem receio de represálias se publicar, antes de 27 de Setembro, uma biografia, no mínimo, incómoda para José Sócrates.
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Conclusão: não há "asfixia democrática".

4 comentários:

Porfirio Silva disse...

Também tenho um livro há meses à espera de sair.
Mais asfixia democrática...

Miguel Portugal disse...

E depois também os há que ainda estão a ser escritos e até pensados... Mas, como sabe o caro Porfírio, tudo depende das razões pelas quais tal acontece, muito naturalmente. A ser verdade que a editora tem receio de represálias (e pode havê-las de vários tipos, mais ou menos discretas) caso publique antes das eleições, tal seria uma boa razão para pensar na possibilidade de um dos valores fundamentais das sociedades democráticas liberais contemporâneas, como é a liberdade, designadamente a tão fulcral liberdade de expressão, estar a ser, ilegitimamente, posta em causa.

Porfirio Silva disse...

Tenho pena que, depois de tanta especulação, não tenha voltado ao assunto para explicar que o livro chegou às livrarias ainda durante a campanha eleitoral. Ou, visto que o mesmo não teve impacte nenhum, deixou de ter interesse como arma de insinuação?
Mais complicado será pagar as custas de uma edição perdida, por se tratar de um tema sem qualquer interesse. Até o sr. Fernandes já disse que este livro não tem nada de novo...

Miguel Portugal disse...

Não sabia que o livro, afinal, sempre saiu. Também não sei se vale a pena ser lido. Pessoalmente, vou continuar na dúvida.
De qualquer modo, a questão dos receios pela manifestação de uma opinião crítica relativamente a José Sócrates e à sua governação foi uma tendência alimentada pelo próprio e os seus ministros da propaganda, como o pouco polido e retoricamente deselegante (para dizer o mínimo) Augusto Santos Silva, pelo verbo, o tom e mesmo as ideias utilizadas para tentar calar aqueles que foram escrutinando as suas políticas. E sobre isso, o PS só tem de se queixar de si próprio e da forma, pouco democrática, de estar em política de José Sócrates. A perda da maioria absoluta não se ficou a dever às ditas "inventonas" da oposição salazarenta, mas dos próprios erros governativos do PS, entre os quais figura esta arrogância, desnecessária, mas infelizmente real, que sempre caracterizou Sócrates.