Parte das famosas escutas que envolvem José Sócrates e alguns colaboradores políticos parece terem ido parar a outro processo de inquérito que não o "face oculta", desta feita sobre uma alegada fraude na compra de acções do Banif, e, por isso, terão sido destruídas mais tarde.
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O jornalismo é a arte de informar. Os cidadãos de um estado de direito democrático têm o direito de saber informações fulcrais para avaliarem a competência e o carácter, os actos e as ideias e os projectos dos políticos que os representam ou irão representar no governo do seu país. Os órgãos de comunicação social têm, por isso, um papel determinante num saudável sistema democrático. Infelizmente, a forma como é (mal)tratada a notícia pode deturpar a mensagem e conduzir o cidadão a uma interpretação forçada e afastada da realidade dos factos. Por interesse político-partidário. Mas o interesse do jornalismo não é informar?
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Veja-se, a este propósito, o tratamento (deliberadamente?) desigual (que levanta a suspeita de manipulação da interpretação), que estes dois órgãos de comunicação fazem da mesma notícia: TSF e Jornal i.
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A forma pouco clara (até apressadamente truncada) do texto da TSF pode criar a ideia, aliás fácil, de que o sistema judicial funciona muito mal, ao ponto de cometer erros grosseiros de extravio de documentos importantíssimos, e, portanto, os magistrados até parecem estar ao serviço de uma cabala contra o injustamente acossado PM, José Sócrates; por outro lado, a forma mais clara, analítica e fundadamente crítica com que o texto do jornal i apresenta os factos trazem ao leitor uma imagem mais complexa e mais plausivelmente próxima da verdade dos factos, dando pistas interpretativas e evitando tratamentos simplistas.
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"Objectividades" jornalísticas!
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