A tolerância de ponto concedida aos funcionários públicos, devido à visita do Papa Bento XVI, é intolerável, por duas razões essenciais:
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1. O Estado moderno surgiu de um processo de secularização, que conduziu à separação entre Política e Religião, Estado e Igreja e concedeu ad saeculum (ao homem) os destinos da condução da vida pública sem interferência directa da religião. Como estado laico, o estado português não deve tratar de forma preferencial qualquer credo ou instituição religiosa, sob pena de colocar em questão um dos pilares da constituição justa do estado, que é a igualdade.
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2. Numa época de crise exangue, que se agrava, e que, a fortiori, exigia mais e melhor trabalho, para tentar aumentar a nossa baixa produtividade e dar um sinal de esforço acrescido a todos, o governo socialista de José Sócrates, em mais um tique despudoradamente populista, dá uma santa piscadela de olhos ao povão religiosamente emocionado. Como quem diz: nós, não sendo católicos, até gostamos muito de todos os católicos!
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Naturalmente que competia ao governo e ao PM José Sócrates dizer a verdade aos portugueses e explicar que esta tolerância de ponto não podia acontecer. Dizer a verdade não é, de facto, o seu forte. Os crentes encontrariam formas de, pelo menos alguns, peregrinarem e compartilharem a presença do Papa. Assim, vai tudo atrás... da folgazita. Viva o Sócrates!
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Naturalmente que competia ao governo e ao PM José Sócrates dizer a verdade aos portugueses e explicar que esta tolerância de ponto não podia acontecer. Dizer a verdade não é, de facto, o seu forte. Os crentes encontrariam formas de, pelo menos alguns, peregrinarem e compartilharem a presença do Papa. Assim, vai tudo atrás... da folgazita. Viva o Sócrates!
Populismo irresponsável e intolerável. Mas, o povo gosta...
1 comentário:
Tal como referiu, o nosso Estado é laico, mas somente a nível da sua Constituição. Existem inúmeros casos que provam que o Estado apoia claramente a religião Cristã.
Continuando com o tema da visita do Papa, para além das despesas normais na recepção de chefes de estados, o Estado Português gastou dinheiro em celebrações religiosas, o que é escandaloso para os contribuintes.
Outro exemplo que mostra que o Estado não é laico é o caso das aulas de Educação moral e religiosa católica em escolas públicas.
Não quero deixar de comentar o seu ponto nº2, é bom ver que algumas pessoas da função pública se preocupam com a produtividade do país, a minha experiênca leva-me a crer que são poucas.
ZM.
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