Não! Este não será um comentário ao exigente exame nacional do 12.º ano de Língua Portuguesa – atenção: a disciplina já não se chama Português (oh, Literatura Portuguesa, onde é que tu já vais...!) –, que serviu para testar os conhecimentos e competências da língua mater dos alunos no final do ensino secundário! Já que esta competência é central na formação básica e secundária e no acesso ao ensino superior, então é perfeitamente lógico que se exija o seu pleno domínio...!
Mas não, o intuito é outro: trata-se da saga do Ministério da Educação (e das finanças!) contra os professores... que continua – agora são os professores de matemática (os únicos!) responsáveis pelo mau desempenho dos alunos; e a Associação de Professores de Matemática... que se vão embora (veja-se aqui e aqui), não os queremos cá para criticar a nossa política educativa, até porque de Ensino da Matemática nada percebem, claro, e, portanto, com nada de bom podem contribuir para resolver este flagelo nacional!
Mas não, o intuito é outro: trata-se da saga do Ministério da Educação (e das finanças!) contra os professores... que continua – agora são os professores de matemática (os únicos!) responsáveis pelo mau desempenho dos alunos; e a Associação de Professores de Matemática... que se vão embora (veja-se aqui e aqui), não os queremos cá para criticar a nossa política educativa, até porque de Ensino da Matemática nada percebem, claro, e, portanto, com nada de bom podem contribuir para resolver este flagelo nacional!
Há que fazer uma avaliação crítica, mas serena e tão rigorosa quanto possível, do status quo na educação, hoje, em Portugal:
1. O insucesso escolar é elevado e o nível de desempenho escolar dos nossos alunos é, em geral, mau.
2. Há que conceder que uma das razões tem que ver com o desempenho de alguns maus professores, que se encontram no sistema, que ensinarão mal e avaliarão pior.
3. Mas esta não é certamente a única causa: não se pode escamotear a profunda desmotivação para o saber e as várias (por vezes, grosseiras) indisciplinas, que afectam muitos alunos, bem como o alheamento e ou impreparação larvar para a cabal (e hoje bastante exigente) orientação educativa, que afecta os pais e encarregados de educação de muitos alunos.
Soluções?! Julgo que se deve conceder que uma das soluções para obviar ao fraco desempenho de alguns professores passa pela revisão do Estatuto da Carreira Docente, designadamente ao nível do sistema de avaliação. O que existia penso que era um convite ao laxismo, desresponsabilização e outros vícios, que, aliás, afectam outros funcionários do Estado português, bem como era profundamente injusto ao premiar praticamente por igual aqueles que responsável e seriamente se empenhavam como os que o não faziam! No entanto, esta reforma – designadamente ao nível do sistema de avaliação de desempenho – não é perfeita. Talvez tenha ficado aquém do desejável! E para que os professores passassem a ensinar melhor era necessário também que os programas passassem a incluir verdadeiramente (muitas vezes) o verdadeiro saber actual e as (des)orientações pedagógicas que o Ministério tenta impor (há décadas), permitissem um ensino exigente e, concomitantemente, uma avaliação rigorosa e justa para todos.
Mas as causas que envolvem os próprios alunos e, sobretudo, os pais e encarregados de educação ficam por atacar. É mais fácil (e dará mais votos?!) gerar um clima negativo face aos professores, colocando nas suas mãos não só as únicas causas, mas também as únicas soluções possíveis para os problemas educativos, do que projectar uma efectiva solução abrangente, que passará, necessariamente, por uma alteração da atitude, não só de muitos professores, mas também de muitos pais e encarregados de educação face ao saber, à qualificação e à excelência como meios necessários para uma vida melhor.
E depois não se vê muito bem como é que uma atitude persecutória, autoritarista e, por vezes, mesmo desrespeitadora das qualidades intelectuais, dos conhecimentos científicos e pedagógicos de muitos professores e da sua transcendente função pública, por parte do Ministério da Educação, resolverá o problema – com certeza real – do fraco desempenho docente de alguns professores.
E também é parte do problema – e não da solução – o facto do congelamento ininterrupto das carreiras ser profundamente injusto para tantos profissionais empenhados, motivados (tanto quanto as circunstâncias adversas o permitem!) e qualificados, que olham, por exemplo, para os salários principescos de tantos gestores públicos e... se sentem, claro, com inesgotáveis forças para vencer este desígnio nacional, que é permitir às crianças e jovens uma vida melhor – mais culta, capaz e económica e socialmente digna!
Em suma: há professores que podem e devem fazer melhor; mas esta forma pouco democrata de comunicar com eles não só não vai resolver como poderá até agravar os problemas, o que seria, nesta altura, um erro político talvez irremediável. E quando parece cada vez mais difícil interferir na atitude dos alunos e dos pais face à sua educabilidade, tanto mais importante se revela o papel do professor a quem se pede um esforço complementar e que, por isso, deveria logicamente ser merecedor de todo o mais elevado respeito.
Talvez não tivesse sido má ideia ganhar os professores... e aí sim, não perderíamos ninguém! Mas, ao invés da união colectiva e algum espírito comunitário em torno de um desígnio nacional da maior importância, foi a velha atitude portuguesinha do bota-abaixo, do ressentimento, do pessimismo e da perseguição direccionada, que, mais uma vez, se impôs!
1. O insucesso escolar é elevado e o nível de desempenho escolar dos nossos alunos é, em geral, mau.
2. Há que conceder que uma das razões tem que ver com o desempenho de alguns maus professores, que se encontram no sistema, que ensinarão mal e avaliarão pior.
3. Mas esta não é certamente a única causa: não se pode escamotear a profunda desmotivação para o saber e as várias (por vezes, grosseiras) indisciplinas, que afectam muitos alunos, bem como o alheamento e ou impreparação larvar para a cabal (e hoje bastante exigente) orientação educativa, que afecta os pais e encarregados de educação de muitos alunos.
Soluções?! Julgo que se deve conceder que uma das soluções para obviar ao fraco desempenho de alguns professores passa pela revisão do Estatuto da Carreira Docente, designadamente ao nível do sistema de avaliação. O que existia penso que era um convite ao laxismo, desresponsabilização e outros vícios, que, aliás, afectam outros funcionários do Estado português, bem como era profundamente injusto ao premiar praticamente por igual aqueles que responsável e seriamente se empenhavam como os que o não faziam! No entanto, esta reforma – designadamente ao nível do sistema de avaliação de desempenho – não é perfeita. Talvez tenha ficado aquém do desejável! E para que os professores passassem a ensinar melhor era necessário também que os programas passassem a incluir verdadeiramente (muitas vezes) o verdadeiro saber actual e as (des)orientações pedagógicas que o Ministério tenta impor (há décadas), permitissem um ensino exigente e, concomitantemente, uma avaliação rigorosa e justa para todos.
Mas as causas que envolvem os próprios alunos e, sobretudo, os pais e encarregados de educação ficam por atacar. É mais fácil (e dará mais votos?!) gerar um clima negativo face aos professores, colocando nas suas mãos não só as únicas causas, mas também as únicas soluções possíveis para os problemas educativos, do que projectar uma efectiva solução abrangente, que passará, necessariamente, por uma alteração da atitude, não só de muitos professores, mas também de muitos pais e encarregados de educação face ao saber, à qualificação e à excelência como meios necessários para uma vida melhor.
E depois não se vê muito bem como é que uma atitude persecutória, autoritarista e, por vezes, mesmo desrespeitadora das qualidades intelectuais, dos conhecimentos científicos e pedagógicos de muitos professores e da sua transcendente função pública, por parte do Ministério da Educação, resolverá o problema – com certeza real – do fraco desempenho docente de alguns professores.
E também é parte do problema – e não da solução – o facto do congelamento ininterrupto das carreiras ser profundamente injusto para tantos profissionais empenhados, motivados (tanto quanto as circunstâncias adversas o permitem!) e qualificados, que olham, por exemplo, para os salários principescos de tantos gestores públicos e... se sentem, claro, com inesgotáveis forças para vencer este desígnio nacional, que é permitir às crianças e jovens uma vida melhor – mais culta, capaz e económica e socialmente digna!
Em suma: há professores que podem e devem fazer melhor; mas esta forma pouco democrata de comunicar com eles não só não vai resolver como poderá até agravar os problemas, o que seria, nesta altura, um erro político talvez irremediável. E quando parece cada vez mais difícil interferir na atitude dos alunos e dos pais face à sua educabilidade, tanto mais importante se revela o papel do professor a quem se pede um esforço complementar e que, por isso, deveria logicamente ser merecedor de todo o mais elevado respeito.
Talvez não tivesse sido má ideia ganhar os professores... e aí sim, não perderíamos ninguém! Mas, ao invés da união colectiva e algum espírito comunitário em torno de um desígnio nacional da maior importância, foi a velha atitude portuguesinha do bota-abaixo, do ressentimento, do pessimismo e da perseguição direccionada, que, mais uma vez, se impôs!
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