O Museu de Serralves levou a cabo, nos últimos dois dias, a iniciativa "Serralves em festa". O museu abriu os portões do seu esplendoroso jardim ao grande público, numa inicitiva inédita, durante "40 horas non-stop", com um leque alargado e multifacetado de iniciativas culturais direccionados a um público mais diversificado: música, dança, teatro, marionetas... (Destaque-se as iniciativas direccionadas a crianças, aposta clara na formação de novos futuros públicos.) Exemplarmente organizado, com iniciativas programadas hora a hora (a festa até contou inclusive com honras de chefe de estado!), parece ter sido um sucesso, dada a quantidade de pessoas que respiraram o ar verdejante daquele imenso espaço ajardinado.
Pode sempre levantar-se a questão de saber até que ponto todo aquele público voltará, com mais disponibilidade, para, noutras circunstâncias, contemplar efectivamente as obras de arte que ali estão e por ali vão passando. O poeta mítico da Trácia, Museu, tinha um papel na mitologia grega de guia iniciático aos mistérios; é claro que nem todos estariam em condições de serem iniciados aos mistérios e à seita órfica! Mas é certo também que esta inspiração onomástica nos pode fazer repensar o papel dos museus, no que toca à relação com o grande público: até que ponto não poderão/deverão ter um papel iniciático, agora mais democrático, à arte e à cultura. Entre um museu fechado de uma elite, natural mas não necessária, e um museu aberto a múltiplos possíveis públicos, é inteligente optar por este último, gerido com abertura, embora sem perder a contida qualidade do espaço de cultura viva, como é o caso de Serralves.
Pode sempre levantar-se a questão de saber até que ponto todo aquele público voltará, com mais disponibilidade, para, noutras circunstâncias, contemplar efectivamente as obras de arte que ali estão e por ali vão passando. O poeta mítico da Trácia, Museu, tinha um papel na mitologia grega de guia iniciático aos mistérios; é claro que nem todos estariam em condições de serem iniciados aos mistérios e à seita órfica! Mas é certo também que esta inspiração onomástica nos pode fazer repensar o papel dos museus, no que toca à relação com o grande público: até que ponto não poderão/deverão ter um papel iniciático, agora mais democrático, à arte e à cultura. Entre um museu fechado de uma elite, natural mas não necessária, e um museu aberto a múltiplos possíveis públicos, é inteligente optar por este último, gerido com abertura, embora sem perder a contida qualidade do espaço de cultura viva, como é o caso de Serralves.
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