sexta-feira, 1 de junho de 2007

O filósofo e sociólogo amelão Arnold Gehlen (1904-1976) referia, a propósito da tese segundo a qual o ser humano é um ser inacabado, que o ser humano nasce sempre antes do tempo, para dizer o carácter frágil e a necessidade ética de cuidado, que exige do outro.
A característica antropológica mais importante da puerilidade é, certamente, a carência: alimentar, afectiva, securizante, educativa e cultural.
No melhor dos mundos, em que as cartas dos direitos humanos e da criança estão redigidas, sobra ainda um espaço imenso de mal fundamental, bárbaro, simiesco e entrópico, que é o que atinge as crianças, sob a forma de fome, exploração laboral, ignorância e de uma pluralidade brutal de maus tratos, incluindo molestação sexual... sobretudo por esse terceiro mundo fora, algo perdido e com certeza esquecido.

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