terça-feira, 29 de maio de 2007

Avaliar






Avaliar é um verbo medonho! Principalmente, para quem possui um baixo auto-conceito, fraca auto-estima e padece de apraxia e fobia do esforço e excelência. E, sobretudo, no que toca à hetero-avaliação: a observação sistemática e lancinante do outro hierarquicamente superior... Mas a avaliação de desempenho é fundamental, designadamente nas instituições de serviço público, sobretudo num país em que reinam aquelas patologias! Mas, curá-las é melhorar as instituições, mas também -- e talvez mais importante -- as próprias pessoas!!
Contudo, para que a avaliação seja justa e satisfaça as suas finalidades -- aumentar a qualidade do desempenho funcional e pessoal -- é imprescindível satisfazer duas condições gerais:

1. estar baseada em critérios rigorosos, amplos e claros;

2. ser exercida por pessoas idóneas, imbuídas de espírito de serviço e orientadas pela boa vontade.

No que respeita, por exemplo, à avaliação de desempenho dos professores do ensino básico e secundário, agora alterado pelo novo estatuto, talvez não estejam acauteladas integralmente as duas condições anteriores:

1. Avaliar o desempenho docente é avaliar também os conhecimentos científicos continuadamente aprofundados ao longo da carreira; o presente estatuto procura avaliar a dimensão pedagógica e institucional, mas esquece este critério importantíssimo.

2. Quanto às virtudes morais das estruturas avaliadoras, é de todo indispensável assegurar a probidade das tomadas de decisão e acautelar efectivamente o respectivo recurso da decisão, sob pena de colocar em causa a segunda das condições enunciadas e, assim, deitar a perder uma boa oportunidade de rejuvenescimento qualitativo e estatutário da mestria de ensinar!

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