Um professor de Inglês, ao serviço da DREN há vários anos, que apenas interrompeu para ser deputado na Assembleia da República pelo PSD, parece ter feito um comentário à atribulada licenciatura de sua Ex.ª O Primeiro Ministro de Portugal (ver notícia no Público). A Ex.ª Sr.ª Directora Regional instaurou-lhe um processo disciplinar, alegadamente por tal comentário, proferido no local de trabalho, ter sido «jocoso» e atentatório do bom nome do P.M., que o funcionário público, enquanto tal, tem que respeitar.
Dois comentários apenas:
1. A linguagem jocosa que habita as bocas de tanta gente que ocupa lugares pedagógica e moralmente destacados, tem vindo, ao que parece, a proliferar. A elegância e a postura, entre outras, não são coisas que pareçam ter grande valor. Mas têm, precisamente quando o que está em causa são as relações com o outro e os protagonistas são pessoas que desempenham funções modelares de importância transcendente. Se houve desmesura de linguagem, tal deve ser justamente apurado e, naturalmente, devidamente ponderado e decidido em conformidade.
2. A liberdade é, efectivamente, a razão de ser da democracia. E a liberdade de expressão é a sua via de efectivação e a concretização suprema da cidadania. Todo o regime democrático que não consegue conviver com a liberdade de expressão, o pluralismo... (mesmo de homens livres que ocupam funções públicas!) não conseguirá nunca ser democrático -- o que seria uma deplorável contradição nos termos!
Em suma: preserve-se e exerça-se a verdadeira liberdade ou... não dêem razão aos defensores da censura!
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