sábado, 19 de maio de 2007

Linguagem jocosa versus liberdade de expressão ou... não se dê razão aos defensores da censura!

Um professor de Inglês, ao serviço da DREN há vários anos, que apenas interrompeu para ser deputado na Assembleia da República pelo PSD, parece ter feito um comentário à atribulada licenciatura de sua Ex.ª O Primeiro Ministro de Portugal (ver notícia no Público). A Ex.ª Sr.ª Directora Regional instaurou-lhe um processo disciplinar, alegadamente por tal comentário, proferido no local de trabalho, ter sido «jocoso» e atentatório do bom nome do P.M., que o funcionário público, enquanto tal, tem que respeitar.
Dois comentários apenas:
1. A linguagem jocosa que habita as bocas de tanta gente que ocupa lugares pedagógica e moralmente destacados, tem vindo, ao que parece, a proliferar. A elegância e a postura, entre outras, não são coisas que pareçam ter grande valor. Mas têm, precisamente quando o que está em causa são as relações com o outro e os protagonistas são pessoas que desempenham funções modelares de importância transcendente. Se houve desmesura de linguagem, tal deve ser justamente apurado e, naturalmente, devidamente ponderado e decidido em conformidade.
2. A liberdade é, efectivamente, a razão de ser da democracia. E a liberdade de expressão é a sua via de efectivação e a concretização suprema da cidadania. Todo o regime democrático que não consegue conviver com a liberdade de expressão, o pluralismo... (mesmo de homens livres que ocupam funções públicas!) não conseguirá nunca ser democrático -- o que seria uma deplorável contradição nos termos!
Em suma: preserve-se e exerça-se a verdadeira liberdade ou... não dêem razão aos defensores da censura!

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