Reflicta-se neste bem informado e lúcido texto de Pacheco Pereira sobre a mística da infotecnologização salvífica de Portugal e das futuras gerações e constate-se, em acto, como a literacia da leitura subjaz, como condição sine qua non, a outras literacias, designadamente das TIC, e, por isso, deve ser muito bem trabalhada pedagogicamente nos primeiros anos escolares, o que, muito provavelmente, não passará, talvez bem pelo contrário, pelo uso de... computadores!
6 comentários:
O comentário anterior a este post foi eliminado por uso de linguagem deselengante e completamente desadequada ao espírito da discussão verdadeiramente livre, ou seja: porque liberta de aspectos que nos prendem ao húmus de onde brotamos (dimensão biológica), mas onde não temos que permanecer, pode então, e apenas então, exibir apenas o que é verdadeiramente importante -- os argumentos (e, de preferência, que não sejam ad hominem, pois seriam, como sabe quem sabe, falaciosos!!).
Não sei o que é linguagem "deselengante"... mas presumo. Os argumentos que apresenta em relação à política actual do governo - com "Sócrates" em estilo depreciativo em diversos títulos - não são argumentos ad hominem? É esta então a democracia com que caracteriza o seu blogue? Muito obrigado. De qualquer forma, ao menos o Sr. leu-a - o que sendo mau, não é completamente inútil. Se fossem os "Gato Fedorento", o Sr. adoraria... como sou eu, que se lixe! "Sabe quem sabe"? - Bem! Meu Deus! A defesa pura da elite pensante... bem ao estilo do Sr. Dr. Pacheco Pereira... Já deu para ver tudo. Mas guardei uma pequena desilusão final para si. O texto que eliminou é o que me caracteriza. Não me revejo na insipidez eloquente. Não aceito beber chá em porcelana de Limoges enquanto lastimo a pobreza ou apresento os meus queixumes de delinquente. Há quem o faça; eu não. O que eu escrevo, digo. Quando desejam o meu silêncio, sofrem - porque eliminar o adversário vicejante no dia-a-dia não se resume à neutralização de um post. Para os que gostam de limogear o "Magalhães", isto deve doer um pouco... Ou muito. Depende da sinceridade do lesado.
Os argumentos falaciosos são erros na argumentação, que podem muito bem ser não-intencionais (Aristóteles até distinguiu sofisma, falácia intencional, de paralogismo, não intencional). Por isso, ninguém está livre de os cometer. Penso é que se deve ter um pouco mais de cuidado quando a intenção é tão-só esgrimir ideias e argumentos (afinal, é apenas disso que se trata), pois do outro lado está alguém e não algo de que nos podemos servir para descarregar as nossas emoções (anónimo ou frontalmente identificado, trata-se de uma pessoa!) - ou seja, para além da sinceridade, há outras virtudes dialógicas (como o respeito pelo outro) igualmente respeitáveis. (Neste sentido, veja-se a ética da discussão de J. Habermas, certamente uma filosofia social e política inspiradora da esquerda contemporânea!)
Quanto à sua indignação acerca da expressão "sabe quem sabe", devo dizer que ela apenas revela algo de muito importante na civilização humana: o progresso do saber. Quer dizer, o facto de alguns saberem determinadas coisas e outros outras revela apenas duas coisas: a (felizmente) imensidão do saber e a (inevitável) finitude humana. Mas o facto da existência de "sábios" (dos apupados "intelectuais" - tão-só os que usam o intelecto, a inteligência, o que, nesse sentido, podemos/deveríamos ser todos!) não só não é desrespeitador de ninguém, como pode ser altamente vantajoso, em termos de cooperação social, justamente para os mais desfavorecidos, que a esquerda clássica tanto quer defender, mas acaba por contribuir cada vez mais para a sua alienação - que é o que me parece, infelizmente, que se está a passar com estas medidas pseudo-educativas deste governo.
Portanto, não se trata de "ter" porcelanas ou outros clichés ideiológicos completamente anacrónicos e inconsequentes; trata-se aqui de SER e PENSAR, o que diz respeito tanto ao bebedor de vinho, como ao abstémio... Isto assim é, desde que se tenha as oportunidades necessárias, fundamentais para que esse pensar seja, efectivamente, libertador, serenador, reconciliador... e verdadeiramente edificante de uma digna existência humana!
A política é, portanto, apenas a arte de dialogar com outros para tentar mostrar que temos as melhores soluções para os problemas comuns. Como gosto de colocar no frontispício deste blog «posso estar enganado e tu certo, mas, pelo esforço, podemos aproximar-nos da verdade.» (Karl Popper)
A política não é uma arte - os principais filósofos, e mesmo Oscar Wilde, destrinçam bem esses dois campos. Esquerda e direita não me dizem coisa nenhuma - são palermices para entreter os homens. O que a mim me diz alguma coisa é o pecado, e as diversas formas de sua expiação. Sabe uma coisa, Miguel? Estou cada vez mais certo que acabarei como aquele que disse que pouco louvou na vida e se arrependia de não ter louvado ainda menos. Tenho o maior gosto em escrever no seu blogue, mas por favor não me peça para ser racional, ponderado ou justo - isso são coisas que nunca estiveram ao meu alcance...
Fico, sinceramente, satisfeito pelo anónimo ter gosto em escrever neste blog. Espero que continue a fazê-lo... mesmo que afirmando não o conseguir de forma racional, ponderada ou justa, coisa que não acredito -- certamente que o conseguirá, na medida em que as possibilidades humanas finitas assim nos permitem.
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