Numa altura em que se sabe que o consumo de barbitúricos e anti-depressivos aumentou em Portugal, parece-me oportuno lembrar que talvez fosse mais vantajoso para curar as dores da existência se se lesse um pouco mais sobre como compreender uma série de coisas assustadoras e perturbantes, mas, apesar de tudo, compreensíveis, desde que sejamos adequadamente orientados para as perceber.
De facto, prolifera há muito um género literário muito divulgado nos países anglo-saxónicos, sobretudo nos E.U.A., que poderíamos apelidar de "divulgação filosófica", em que se pretende partilhar com os não-filósofos o que de mais importante e até útil esta aventura milenar do saber crítico pode ter para o ser humano. E dentro deste género, há muitos bons livros, alguns deles traduzidos para português. Um deles é precisamente Mais Platão, menos Prozac!, de Lou Marinoff, em que o autor procura defender a tese de que possuir "umas tintas de filosofia" (para usar a célebre expressão de Russell) pode ajudar a compreender muitas perplexidades e problemas da vida quotidiana do homem e da mulher que vive nas sociedades modernas contemporâneas e que têm, nos países mais desenvolvidos, atafulhado os consultórios de psicologia e psiquiatria.
Virtual ou real, a (boa) leitura, bem como a reflexão racional e crítica são sempre o caminho da libertação!
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