quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Belas palavras!

«Finalmente, o país e as famílias perceberam que não basta andar na escola e passar de ano, é preciso saber». Ponto final. Dito assim, até parece uma evidência! Mas, senhor engenheiro, ex-ministro da educação, em que se baseia para afirmar tal coisa? Quais os dados empíricos que o levaram a concluir que o país e as famílias já perceberam a importância do saber em detrimento da mera passagem de ano?
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Naturalmente que é este um dos escolhos que separa a nossa sociedade da sobrevivência enquanto sociedade civilizada e com futuro para as novas gerações. É preciso valorizar, de facto, o saber, o que implica revalorizar o esforço e disciplina adequados e enaltecer a ideia de libertação intelectual, que subjaz à educação em geral e ao saber em particular. Mas da desejabilidade à realidade vai, neste caso, um passo muito grande.
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Era bom que o governo tivesse querido contribuir para esta mudança de atitude do país e das famílias face à educação, ao saber e ensino das crianças e jovens. Se o quis, não conseguiu, de todo, concretizar tal desejo. Pelo contrário, infectou o país e as famílias com facilitismos, estatísticas enganadoras, estudos encomendados e reformas economicistas, apressadas, injustas e mal feitas, contribuindo para minar a estabilidade das escolas, centros, por excelência, do ensino e do saber e, portanto, do futuro civilizacional de qualquer sociedade moderna.

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