1. O Presidente do Banco de Portugal, preocupado com a supervisão das finanças públicas, propõe a criação de uma entidade independente para supervisionar as finanças públicas. Afinal, nem Tribunal de Contas, nem o próprio Banco de Portugal (presidido pelo autor da proposta) dão conta do recado. E argumentou ainda que terá que ser uma entidade independente, de competência técnica capaz. Como as finanças do estado estão em baixo, não há como criar mais jobs for the boys – aumentando a despesa – para resolver o problema. O povo paga.
2. Numa escola básica, os pais, indignados, fecharam-na a cadeado. Razão: para benefício transcendental de alunos e famílias (na realidade, apenas e só para poupar dinheiro ao estado, mas falta coragem para o dizer), o governo encerrou escolas e fez deslocar os alunos para uma mega-escola; mas, as famílias têm agora que pagar os transportes dos filhos, já que as autarquias também têm mais onde gastar o dinheiro! Os iluminados não se aperceberam – lapso atendível, naturalmente (afinal, eles não estão lá para pensar nestas coisas) – que estas medidas prejudicarão os mais desfavorecidos, precisamente aqueles cujos filhos têm, em geral, mais probabilidades de vir a abandonar a escola. O mesmo governo que parecia querer inovar em educação e colocá-la no rumo (estatístico) certo, afinal está a tomar medidas contraditórias. Paga povo.
3. Em suma, o sr. Dr. Almeida Santos – socialista convicto – é que tem razão: não pode ser sempre o governo a esforçar-se; o povo tem agora que fazer o esforço de arcar com as dificuldades. Extraordinário! Os esforçados e sacrificados governantes – os do PS à cabeça, claro – não podem continuar a ser os únicos super-sacrificados; o povo que aguente. A doença espraia-se: não há dúvida que Almeida Santos também anda a beber da mesma água benta (abençoada pela democracia!) que o chefe Sócrates – a da embriagada arrogância, do despudor moral e da irresponsável falta de sentido de realidade. O povo paga.
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