No último Quadratura do Círculo, na SIC Notícias, a propósito da suspensão da avaliação docente, António Costa, indignado com tal medida supostamente eleitoralista, profere uma declaração admirável (do tipo “vale tudo”): “até a minha mulher [que é professora] está toda contente”, por ter sido suspensa a avaliação!
Para além da possibilidade do “rolo da massa em acção”, não se percebe muito bem como é que um putativo candidato a secretário-geral de um partido tão moralmente responsável, como o PS, de um putativo candidato a PM de Portugal, possa ter invocado um argumento falacioso e tão popularucho!
A falácia é simples: trata-se de uma generalização precipitada – pressupõe-se, errada e maliciosamente, que nenhum professor deseja ser avaliado, quando talvez a esmagadora maioria não admite ser avaliado por este modelo, tão ineficaz e, ainda por cima, tão negativamente perturbador de um sector crucial da vida sócio-cultural de qualquer país civilizado.
A demagogia é clara: ardilosamente inventado por José Sócrates, o argumento de que os professores são todos os mandriões, incompetentes e irresponsáveis, tem um forte poder persuasivo e elevado grau de adesão junto de uma população que valoriza pouco o saber e a aprendizagem, dá-se muito mal com o esforço e o empenho para aprender e, de forma ressentida, abomina, justamente, ser avaliado (quem gosta de professores, que nos dizem que ainda não fizemos bem e que devemos fazer mais isto e aquilo para realmente virmos a saber?)!
Com professores destes (como a mulher de António Costa?!) a solução é mesmo mandá-los embora, despedi-los – com justa causa, pois então, já que não querem fazer nada! – e colocar nas escolas portuguesas esta nova geração de licenciados ao Domingo, das Novas Oportunidades, em suma, de quem está cada vez mais habituado à ilusão do mundo virtual pseudo-socialista!
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