O milagroso T.G.V. a preparar-se apressadamente para passar e os comboios no belo Tua calmamente a caírem!
Num país de P.G.V. (politique à grand vitesse) são esquecidos os problemas profundos, estruturais do interior, por força da megalomania da rapidez litoral e, no fundo, periférica! É claro que o centro da sociedade portuguesa deve passar também por ser o espaço interior, as pequenas e médias cidades do Alentejo, Beiras, Trás-os-Montes, que deveriam já ter tido o mesmo interesse estratégico por parte do poder político, como tiveram as suas congéneres europeias! Já se sabe, hoje, que os problemas das grandes cidades se resolvem com investimentos estruturais nas pequenas e médias cidades disseminadas pelo restante território. A periferia, essa deveria ser apenas um conceito geográfico, mas não humano, social, económico, nem cultural.
É claro que tal não significa um desinvestimento sistemático nas zonas do litoral e nas grandes cidades. Mas se há justificação económica e política para o T.G.V -- na perspectiva do desenvolvimento económico e até com repercussões, ainda que indirectas, para o desenvolvimento económico do interior -- a relação custo-benefício não parece, por outro lado, justificar a Ota. No lugar desta megalomania insensata para as finanças públicas, outras necessidades há -- agora -- para suprir, designadamente na tentativa de esbater as assimetrias litoral-interior, como já aconteceu noutros países da Europa. Porque não -- depois -- interiorizar (ou, pelo menos, descentrar um pouco mais) o novo aeroporto internacional?
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