O Presidente da República, Cavaco Silva, deu, no seu discurso comemorativo dos 97 anos da Implantação da República, um especial ênfase à educação, aliás, um dos ideais republicanos, que tornará, se devidamente conduzida, uma sociedade mais livre, autónoma e capaz de viver sob o ideal da res publica. Regista-se com agrado o apelo presidencial – bem fundamentado, diga-se – a um maior envolvimento da sociedade civil, e não só (mas também?) do governo, na educação.
Finalmente alguém se dispõe a dizer claramente que «esse envolvimento pressupõe também, como é natural, que a figura do professor seja prestigiada e acarinhada pela comunidade»!
Ora, para que tal prestígio acontecesse seria necessário:
1. Que tivesse havido uma outra política comunicacional por parte do governo e do Ministério da Educação para com os professores; algumas das alterações ao Estatuto da Carreira Docente até são benéficas – se forem agora bem regulamentadas e aplicadas – no sentido do benfazejo incremento do prestígio profissional dos professores;
2. Que os próprios professores se prestigiassem, com algumas alterações (umas pontuais, outras talvez de fundo) nas suas práticas, coisa, aliás, que o PR referiu explicitamente no seu discurso («É também necessário compreender que, em larga medida, a dignidade da função docente assenta no respeito e na admiração que os professores são capazes de suscitar na comunidade educativa, junto dos colegas, dos pais e dos alunos»).
3. Que os pais assumissem como pilar fundamental das suas vidas de educadores a orientação educativa dos seus filhos, principalmente no caso das famílias mais desfavorecidas, que deveriam procurar auxílio junto dos professores para melhor superarem as imensas dificuldades sociais, económicas, culturais e, portanto, educacionais que têm a braços. A ministra “perdeu os professores”, mas também não conseguiu ganhar os pais, pois, para tal, deveria ter conseguido algumas alterações de atitude destes face aos seus educandos, promovendo um maior acompanhamento dos seus filhos, com presenças mais assíduas (por que não, em certas circunstâncias, obrigatórias?) na escola, para, em conjunto com os professores, actuarem efectivamente no desenvolvimento e aprendizagens dos seus filhos. Nada, neste capítulo, foi feito. Para um governo que aposta fortemente em actos de propaganda, não teria sido difícil!
Finalmente alguém se dispõe a dizer claramente que «esse envolvimento pressupõe também, como é natural, que a figura do professor seja prestigiada e acarinhada pela comunidade»!
Ora, para que tal prestígio acontecesse seria necessário:
1. Que tivesse havido uma outra política comunicacional por parte do governo e do Ministério da Educação para com os professores; algumas das alterações ao Estatuto da Carreira Docente até são benéficas – se forem agora bem regulamentadas e aplicadas – no sentido do benfazejo incremento do prestígio profissional dos professores;
2. Que os próprios professores se prestigiassem, com algumas alterações (umas pontuais, outras talvez de fundo) nas suas práticas, coisa, aliás, que o PR referiu explicitamente no seu discurso («É também necessário compreender que, em larga medida, a dignidade da função docente assenta no respeito e na admiração que os professores são capazes de suscitar na comunidade educativa, junto dos colegas, dos pais e dos alunos»).
3. Que os pais assumissem como pilar fundamental das suas vidas de educadores a orientação educativa dos seus filhos, principalmente no caso das famílias mais desfavorecidas, que deveriam procurar auxílio junto dos professores para melhor superarem as imensas dificuldades sociais, económicas, culturais e, portanto, educacionais que têm a braços. A ministra “perdeu os professores”, mas também não conseguiu ganhar os pais, pois, para tal, deveria ter conseguido algumas alterações de atitude destes face aos seus educandos, promovendo um maior acompanhamento dos seus filhos, com presenças mais assíduas (por que não, em certas circunstâncias, obrigatórias?) na escola, para, em conjunto com os professores, actuarem efectivamente no desenvolvimento e aprendizagens dos seus filhos. Nada, neste capítulo, foi feito. Para um governo que aposta fortemente em actos de propaganda, não teria sido difícil!
Há, pois, ainda muito a fazer por este velho ideal republicano, que é a educação, hoje incontestável condição sine qua non dos desenvolvimentos individual, social, económico e cultural!
(Muito me agrada que este centésimo post seja sobre educação, apesar do desagrado pelo seu estado ainda paupérrimo em Portugal!)
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