segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O “novo” PSD

Luis Filipe Menezes conseguiu apenas a consti-tuição de um Conselho Nacional heterogéneo, onde não detém a maioria, onde os críticos têm lugar e espera-se que façam ouvir a sua voz. Esse pluralismo das ideias estratégicas é bom para o partido e espera-se que seja bom para o país, na oposição dos próximos dois anos e nas eventuais conquistas eleitorais próximas.

O discurso de encerramento do Congresso agrada pelo fundo liberal que o enformou e por uma ou outra medida concreta projectada. Três áreas de força a destacar: a calendarização da discussão sobre a regionalização (com um mimo a Alberto João Jardim, com a defesa de mais autonomia para as Regiões Autónomas!), a revisão da “arquitectura” do Tribunal Constitucional e a proposta de estudo de uma nova Constituição. Estamos ainda atentos para ficar a perceber melhor as efectivas consequências políticas e a verdadeira necessidade destas propostas.

Todavia, num dos temas fulcrais da nossa época – a educação –, estou em crer que Menezes terá falhado: deixou cair o grande tema da qualificação dos portugueses, que é, sem margem para dúvidas e sem lugar a debate ideológico, o tónico salvífico da nossa sociedade, se quisermos evoluir social, económica e culturalmente; se o tema é central, não é menos fácil de tratar (até porque o colaria a José Sócrates!). Ao invés de apresentar a sua posição sobre o tema central, atirou, sem escapar a algum populismo, com a construção de novas escolas, que, por muito modernas que sejam, não resolverão de todo o problema da ineficácia educativa e da desmotivação e mesmo alheamento de que muitos agentes educativos padecem hoje (professores, devido ao estigma da carga ministerial; pais, devido ao que chamaria “alheamento social congénito” e à falta de esperança no futuro).


Esperava-se mais. É necessário mais, se o PSD desejar ser alternativa a este governo do PS de Sócrates.

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