O Primeiro Ministro, José Sócrates, e o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, regressam hoje à escola que frequentaram, numa iniciativa que pretende aproximar mais as instituições governamentais e os futuros cidadãos. Muito bem, que assim seja.
Todavia, ontem, agentes da PSP estiveram no Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC) a solicitarem informações sobre eventuais protestos a realizar na visita do primeiro-ministro à sua antiga escola, na Covilhã. O SPRC considerou esta diligência policial «intimidatória»: «Os polícias disseram ao único funcionário que estava na sede do SPRC que era uma atitude de rotina, mas não há memória disto», refere a dirigente sindical Dulce Pinheiro. (Para mais veja-se aqui.)
O PM não gosta de protestos. É certo que um governo não pode governar ao sabor de protestos, por mais legítimos e oportunos que sejam. No entanto, num país democrático, em que a Constituição prevê claramente o direito à manifestação, um chefe de governo só pode lidar com tal instrumento democrático -- por pouco elegante ou sereno que possa ser -- de forma democrática: convivendo, lado a lado, com ele, ouvindo, dialogando, se assim o entender, tolerando-o, de qualquer modo. Em suma, é necessário não esquecer o instrumento de fundo da democracia: a palavra (e não o silêncio)!
O governo já mandou abrir um inquérito para averiguar esta iniciativa policial. Os sindicatos podem nem sempre actuar de forma razoável e nem sempre serem justos na apreciação das medidas governamentais. Mas enquanto estiver constitucionalmente consagrada tal actuação -- enquanto vivermos sob um regime democrático e liberal --, não resta a todos nós senão (saber) conviver com ela. Talvez aqueles agentes policiais fizessem mais falta noutro local, procedendo a outras diligências. Um PM não deve precisar de preparações destas para as suas aparições públicas num Estado de 33 anos de democracia!
Todavia, ontem, agentes da PSP estiveram no Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC) a solicitarem informações sobre eventuais protestos a realizar na visita do primeiro-ministro à sua antiga escola, na Covilhã. O SPRC considerou esta diligência policial «intimidatória»: «Os polícias disseram ao único funcionário que estava na sede do SPRC que era uma atitude de rotina, mas não há memória disto», refere a dirigente sindical Dulce Pinheiro. (Para mais veja-se aqui.)
O PM não gosta de protestos. É certo que um governo não pode governar ao sabor de protestos, por mais legítimos e oportunos que sejam. No entanto, num país democrático, em que a Constituição prevê claramente o direito à manifestação, um chefe de governo só pode lidar com tal instrumento democrático -- por pouco elegante ou sereno que possa ser -- de forma democrática: convivendo, lado a lado, com ele, ouvindo, dialogando, se assim o entender, tolerando-o, de qualquer modo. Em suma, é necessário não esquecer o instrumento de fundo da democracia: a palavra (e não o silêncio)!
O governo já mandou abrir um inquérito para averiguar esta iniciativa policial. Os sindicatos podem nem sempre actuar de forma razoável e nem sempre serem justos na apreciação das medidas governamentais. Mas enquanto estiver constitucionalmente consagrada tal actuação -- enquanto vivermos sob um regime democrático e liberal --, não resta a todos nós senão (saber) conviver com ela. Talvez aqueles agentes policiais fizessem mais falta noutro local, procedendo a outras diligências. Um PM não deve precisar de preparações destas para as suas aparições públicas num Estado de 33 anos de democracia!
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