quarta-feira, 14 de maio de 2008

Como o fantástico pode ser deprimente!

É absolutamente fantástico como o PM José Sócrates, o ME Manuel Pinho e outros membros da comunitiva que acompanhou o PM à Venezuela violaram a lei do tabaco a bordo de um avião da TAP. Mas, de facto, esta situação (que se transformou já em mais uma historieta política com uma beleza portuguesa muito própria), completamente surrealista (pelo menos segundo critérios objectivos de avaliação da actuação política de qualquer político numa democracia esclarecida e madura), é, infelizmente, deprimente.

Quando a falta de confiança dos portugueses para com os políticos e o consequente afastamento da política continua a aumentar é necessário não escamotear responsabilidades: são, sem dúvida, este tipo de actuações eticamente deploráveis e vergonhosas, protagonizadas pelos mais importantes titulares de cargos públicos (do poder central ao local), as principais e maiores causas para essa quebra de confiança, destruidora do mais elementar vínculo de sentido entre governados e governantes. E são deploráveis e vergonhosos estes comportamentos pelo simples facto de um PM de um país que atravessa uma importante fase de derradeira implementação de rigor ético na atitude perante o trabalho, a lei, as responsabilidades, os outros, não ter sido capaz de evitar tão grosseira violação da lei.
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Ao invés, pois, de uma atitude nobre de serviço, muitos políticos (cada vez mais?!) escancaram no rosto dos seus representados, eleitores soberanos (pelo menos de 4 em 4 anos!), uma atitude de prepotência e completa falta de caracter indispensável para exercer cargos públicos. A acção política séria é uma coisa séria e, portanto, não se compadece com estes "deslizes"!
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Agora, José Sócrates, para emendar a mão, pede desculpa, e, para manter a pose, lá terá que deixar de fumar! Mas este pedido de desculpa (com um tocante apelo à santa ignorância!) e este golpe de mestre retor não colhem mais. Já poucos são aqueles que têm condições para aceitar estes cínicos pedidos de desculpa e estes encenados pseudo-sacrifícios pessoais!

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