O preço do barril de crude voltou a bater recordes nos últimos dias. O preço aumenta, aumenta a preocupação dos consumidores e, com isso, as dificuldades em compreender o que se está a passar.
Uma das teses explicativas mais divulgada é a de que o preço tenderá a aumentar porque o petróleo está a acabar. Nada de mais errado, segundo alguns analistas: há hoje mais reservas comprovadas de petróleo do que há três décadas, dois terços do petróleo que se sabe existir está ainda por explorar e as tecnologias de extracção e refinação estão a ser apuradas, atirando, assim, para mais longe o fim.
Mas a que se deve esta subida de preços? Uma explicação adianta que se trata do efeito natural da lei da oferta e da procura, visível também noutros mercados: a procura aumentou bastante (em países em desenvolvimento, com a China à cabeça) e as reservas de petróleo extraído, por exemplo da Arábia Saudita, estão a esgotar-se. O cartel do “ouro negro” mantido pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), tinha, até há pouco tempo, conseguido extrair mais petróleo do que aquele que enviava para o mercado, mantendo assim os preços baixos (designadamente, a Arábia Saudita, o maior produtor mundial). Agora, devido à súbita elevada procura, já não o conseguem fazer, o que provocou alguma escassez de petróleo extraído e o consequente aumento dos preços.
Outra ideia que parece, pois, errada é a de que são as grandes multinacionais petrolíferas compradoras, refinadoras e extractoras a ganhar rios de dinheiro com a especulação dos preços. Mas, afinal, estas limitam-se a aceitar os preços que lhes são impostos pelos maiores detentores da extracção e reservas de petróleo – a OPEP.
A solução política que se tem vindo a sustentar – quer para o problema económico, quer de dependência face ao petróleo, quer para o problema ecológico – é bem sintetizado pelo correspondente da revista The Economist Vijay V. Vaitheeswaran num artigo esclarecedor da Foreign Policy de Jan./Fev. 2008:
«O papel muito importante dos governos, as mais das vezes negligenciado, é o nivelamento no campo das políticas. Os governos têm o poder de regular as forças que podem influenciar os mercados de energia mas não se reflectem nos preços dos mercados. Impondo limites às emissões de gases, instituindo novas taxas, ou terminando com os subsídios às indústrias alimentadas a combustíveis fósseis podem impelir os inovadores em energias limpas a saírem da sombra e vir à luz do dia. Criar um ambiente em que novas tecnologias possam prosperar e permitir que os mercados façam o que melhor sabem – compensar a inovação e a eficiência – devia ser o objectivo dos governos. Felizmente existem cada vez mais evidências de uma procura, por parte dos cidadãos e de empreendedores, para uma tal revolução de políticas centradas no mercado. É essa a revolução que nos levará, finalmente, à vida para além do petróleo.»
Uma das teses explicativas mais divulgada é a de que o preço tenderá a aumentar porque o petróleo está a acabar. Nada de mais errado, segundo alguns analistas: há hoje mais reservas comprovadas de petróleo do que há três décadas, dois terços do petróleo que se sabe existir está ainda por explorar e as tecnologias de extracção e refinação estão a ser apuradas, atirando, assim, para mais longe o fim.
Mas a que se deve esta subida de preços? Uma explicação adianta que se trata do efeito natural da lei da oferta e da procura, visível também noutros mercados: a procura aumentou bastante (em países em desenvolvimento, com a China à cabeça) e as reservas de petróleo extraído, por exemplo da Arábia Saudita, estão a esgotar-se. O cartel do “ouro negro” mantido pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), tinha, até há pouco tempo, conseguido extrair mais petróleo do que aquele que enviava para o mercado, mantendo assim os preços baixos (designadamente, a Arábia Saudita, o maior produtor mundial). Agora, devido à súbita elevada procura, já não o conseguem fazer, o que provocou alguma escassez de petróleo extraído e o consequente aumento dos preços.
Outra ideia que parece, pois, errada é a de que são as grandes multinacionais petrolíferas compradoras, refinadoras e extractoras a ganhar rios de dinheiro com a especulação dos preços. Mas, afinal, estas limitam-se a aceitar os preços que lhes são impostos pelos maiores detentores da extracção e reservas de petróleo – a OPEP.
A solução política que se tem vindo a sustentar – quer para o problema económico, quer de dependência face ao petróleo, quer para o problema ecológico – é bem sintetizado pelo correspondente da revista The Economist Vijay V. Vaitheeswaran num artigo esclarecedor da Foreign Policy de Jan./Fev. 2008:
«O papel muito importante dos governos, as mais das vezes negligenciado, é o nivelamento no campo das políticas. Os governos têm o poder de regular as forças que podem influenciar os mercados de energia mas não se reflectem nos preços dos mercados. Impondo limites às emissões de gases, instituindo novas taxas, ou terminando com os subsídios às indústrias alimentadas a combustíveis fósseis podem impelir os inovadores em energias limpas a saírem da sombra e vir à luz do dia. Criar um ambiente em que novas tecnologias possam prosperar e permitir que os mercados façam o que melhor sabem – compensar a inovação e a eficiência – devia ser o objectivo dos governos. Felizmente existem cada vez mais evidências de uma procura, por parte dos cidadãos e de empreendedores, para uma tal revolução de políticas centradas no mercado. É essa a revolução que nos levará, finalmente, à vida para além do petróleo.»
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(Para análise crítica desta perspectiva veja-se aqui.)
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