segunda-feira, 30 de junho de 2008
Parabéns aos nuestros hermanos!
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Mais falácias, senhora Ministra!
terça-feira, 24 de junho de 2008
Afinal, a Matemática… é fácil!!
Mas, para que serve, afinal, um exame de conhecimentos e competências? Serve para três coisas:
1. Serve para, no final de um percurso de aprendizagem, avaliar os conhecimentos e competências obtidos;
2. Serve para incrementar o esforço, a dedicação e responsabilidade, ao longo do processo de aprendizagem de quem quer apreender um conjunto de conhecimentos e competências;
Assim, o professor deve seguir uma lei programática que dita as competências e os conhecimentos que o aluno, no final de determinado ano ou ciclo de ensino, deve atingir. Quando, no final de um processo de ensino-aprendizagem, o exame nacional de avaliação de conhecimentos e competências, produzido, supostamente, pela mesma pena que produziu o programa, não se funda na exigência ou pressuposto dos mesmos conhecimentos e competências, então é um exame mal elaborado, não cumprindo minimamente a sua função essencial. Essa discrepância constitui, pois, uma falha técnica na elaboração do mesmo, que existe quer se o exame exigir mais do que estava programado, quer se exigir menos do que estava programado. Portanto, o exame de Matemática em análise acaba por não conseguir escapar a esta crítica.
Por outro lado, apresentar, no final de um ano naturalmente exigente (e cuja cultura escolar já tinha consagrado, muito natural e consensualmente, como tal), um exame de conhecimentos e competências injustificadamente fácil é colocar em causa todo um trabalho de rigor e exigência no processo de ensino-aprendizagem e sua avaliação, desenvolvido, ao longo de três anos, por professores empenhados na árdua tarefa de ensinar e fazer aprender Matemática. Se tomarmos em conta os resultados dos exames de Matemática dos últimos três anos, isso quer dizer que o trabalho, em geral, dos professores de Matemática tem sido eficaz no modo como têm feito os alunos aprenderem Matemática ou terão sido antes os resultados naturalmente melhorados pelo decaimento do nível de exigência na testagem de efectivos conhecimentos e competências matemáticas por via do exame nacional? E se os processos de avaliação de conhecimentos utilizados pelos professores forem, em geral, mais rigorosos que o próprio exame nacional – com aquelas falhas técnicas apontadas –, isso significa que são esses processos que estão errados ou será antes o exame que se encontra desajustado face à sua função?
Mas o problema não se fica pela falha técnica, nem pelo desrespeito pelo trabalho de muitos professores (embora não por todos, naturalmente) ou pelo completo falhanço do exame enquanto instrumento de avaliação externa. O problema é que o ME, ao criar exames demasiado facilitadores – não das aprendizagens, mas da obtenção de resultados (que é bem diferente) –, acaba por ser o primeiro responsável pela difusão, já hoje bem notória e generalizada para quem vive o seu quotidiano numa escola, de uma atitude altamente permissivista e facilitista, que é, obviamente, muito negativa para a formação das pessoas dos alunos, bem como para a difícil fase de desenvolvimento do país.
Quando se deveria exigir qualidade, facilita-se; quando se deveria exigir verdade, mascara-se; quando difícil é mudar realmente, altera-se artificialmente. Mas nem todos compreenderão estas análises críticas e, por isso, é muito natural que a estratégia política deste governo – em ante-vésperas de eleições e agora com oposição que se começa a fortalecer – convença muitos incautos, eles próprios já contaminados por esta cultura política demagógica e altamente propagandística da facilidade das leituras de curto prazo, com estatísticas embriagadoras a ajudar.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
A incompetência por cá continua
À partida, uma iniciativa naturalmente notável. No entanto, numa sessão a que pude assistir com alunos, encontrei dois indivíduos a procurar cumprir uma missão para a qual não se mostraram nada preparados, nem empenhados: um, sentado, com o cotovelo cravado numa mesa a segurar a cabeça, com ar de profundo enfado; o outro, a decifrar a custo uma apresentação em PowerPoint, naturalmente não concebida por ele, a partir da qual lá foi, a espaços, balbuciando algumas explicações do fenómeno e acções preventivas a empreender.
A cereja sobre o bolo veio com a distribuição de um pequeno livrinho em banda desenhada (numa tradução portuguesa), cuja contracapa vinha ornamentada com uma surpreendente errata auto-colada:
“Na página 01, onde se lê Concelho deve ler-se Conselho.”
A sra. Inspectora Superior do CIF/SEF, Luísa Maia Gonçalves, que surge como coordenadora do projecto, deveria ter tido outro cuidado, para além de permitir uma simples apostagem de uma errata, diante de erro ortográfico completamente inadmissível, numa era em que os correctores electrónicos até já substituem a gramática da língua de quem não a possui!
Numa altura em que já se vai percebendo, de modo mais alargado (embora não tão generalizado quanto seria de desejar!), que o empenhamento, a dedicação, a competência e a exigência de qualidade no desempenho profissional são condições necessárias para o adequado desenvolvimento do país, seria de esperar que tais prerrogativas também (ou sobretudo) atingissem organismos do Estado.
É claro que aquelas pessoas não detinham as qualificações e competências adequadas para fazer aquele trabalho de exigência pedagógica. Mas não podemos continuar a cumprir calendário/horário apenas para um povo supostamente ignorante ver. Quando o assunto for sério (como era o caso) e se pretender fazer um trabalho de divulgação, que envolve preparação científico-técnica e qualidades comunicacionais, numa escola, talvez fosse boa ideia ir começando a pensar que, mesmo nas escolas portuguesas, lá se vai encontrar massa crítica, competência comunicacional e cultura de cidadania suficientes para exigir uma outra preparação por parte de quem protagonizar semelhantes acções. Não será melhor avaliar também o desempenho de outros agentes públicos?!
quinta-feira, 19 de junho de 2008
terça-feira, 17 de junho de 2008
Com o intuito de ser lido por estudiosos que procuram uma abordagem sistemática das temáticas da ciência política, o seu cariz pedagógico coloca-o, no entanto, também à disposição de qualquer leitor interessado em enriquecer a sua cultura de cidadania.
O seu carácter de manual (de “trazer à mão”) permite, assim, consultas fáceis e introduções eficazes a temas como: o conceito, formação e evolução do Estado; os elementos do Estado (povo, nação, território, aparelho do poder); categorias de Estados (não soberanos, semi-soberanos e soberanos); fins e funções dos Estados; os órgãos da direcção do Estado; regimes políticos; grupos de interesse e grupos de pressão; sistemas de partidos; sistemas eleitorais; terminando com uma abordagem sobre as concepções ideológicas de poder.
Há mais vida para além da política; o que quer dizer, porém, que também a há para aquém – e talvez seja mesmo esta, para o bem e para o mal, uma parte da vida mais fundacional, a partir da qual se pode erigir, melhor ou pior, uma vida verdadeiramente humana, livre e justa. Não há como estar consciente, atento e esclarecido acerca desse alicerce.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
A “fraqueza” do futebol numa Suíça fortemente atractiva para se viver
Talvez seja até verdade que, para um país como Portugal ter condições para ganhar uma organização de um campeonato europeu de futebol, como foi em 2004, seja necessário mais do que a Suíça teria, à partida para oferecer, tendo que aparecer infra-estruturas grandiosas para atrair os decisores da UEFA.
Mas mais importante do que este pormenor (não é líquido que Portugal tenha obrigatoriamente que ter delapidado erário público para tantas e tamanhas obras futebolísticas, com as melhores condições do mundo para o desenrolar de um campeonato como aquele) importa salientar que muitas pessoas em Portugal continuam, infelizmente, a pensar que o desenvolvimento de um país e as condições de vida das pessoas se medem pelo futebol. Se aqueles jornalistas, que proferiram aquela crítica, tivessem pensado um pouco mais e olhado um pouco à sua volta (para além do estreito mundo futebolístico) teriam, com certeza, constatado como a Suíça, apesar de não ter grandes estádios de futebol, tem infra-estruturas estatais e uma organização social capaz de conceder um bom sistema de saúde, um bom sistema de ensino, de justiça e, em suma, uma vida boa a todos aqueles que aí queiram viver e trabalhar, ao contrário do que acontece, de facto, no nosso país!
Como Portugal cresceria – para benefício de todos – se o nosso mundo crescesse para além do futebol, uma de entre muitas das actividades com as quais o ser humano pode preencher a sua existência, embora não, obviamente, a mais fundamental.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Há 120 anos nascia Fernando Pessoa
(…)
Ó fazendas nas montras! Ó manequins! Ó últimos figurinos!
Ó artigos inúteis que toda a gente quer comprar!
Olá grandes armazéns com várias secções!
Olá anúncios eléctricos que vêm e estão e desaparecem!
Olá tudo com que hoje se constrói, com que hoje se é diferente de ontem!
Eh, cimento armado, beton de cimento, novos processos!
Progressos dos armamentos gloriosamente mortíferos!
Couraças, canhões, metralhadoras, submarinos, aeroplanos!
Amo-vos a todos, a tudo, como uma fera.
Amo-vos carnivoramente,
Pervertidamente e enroscando a minha vista
Em vós, ó coisas grandes, banais, úteis, inúteis,
Ó coisas tantas modernas,
Ó minhas contemporâneas, forma actual e próxima
Do sistema imediato do Universo!
Nova Revelação metálica e dinâmica de Deus!
Ó fábricas, ó laboratórios, ó music-halls, ó Luna-Parks,
Ó couraçados, ó pontes, ó docas flutuantes –
Na minha mente turbulenta e encandescida
Possuo-vos como a uma mulher bela,
Completamente vos possuo como uma mulher bela que não se ama,
Que se encontra casualmente e se acha interessantíssima.
Eh-lá-hô fachadas das grandes lojas!
Eh-lá-hô elevadores dos grandes edifícios!
Eh-lá-hô recomposições ministeriais!
Parlamentos, políticas, relatores de orçamentos,
Orçamentos falsificados!
(Um orçamento é tão natural como uma árvore
E um parlamento tão belo como uma borboleta).
Eh-lá o interesse por tudo na vida,
Porque tudo é a vida, desde os brilhantes nas montras
Até à noite ponte misteriosa entre os astros
E o mar antigo e solene, lavando as costas
E sendo misteriosamente o mesmo
Que era quando Platão era realmente Platão
Na sua presença real e na sua carne com alma dentro,
E falava com Aristóteles, que havia de não ser discípulo dele.
Eu podia morrer triturado por um motor
Com o sentimento de deliciosa entrega duma mulher possuída.
Atirem-me para dentro das fornalhas!
Metam-me debaixo dos comboios!
Espanquem-me a bordo de navios!
Masoquismo através de maquinismos!
Sadismo de não sei quê moderno e eu e barulho!
(…)»
Álvaro de Campos, Ode Triunfal (Junho de 1914/Orpheu, n.º1, 1915)
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Privação da liberdade, pela liberdade
terça-feira, 10 de junho de 2008
Dar a pensar...
«(...) Na Antiguidade, a participação de cada indivíduo na soberania nacional não era, como nos nossos dias, uma hipótese abstracta. A vontade de cada um tinha uma influência real; o exercício dessa vontade era uma satisfação viva e repetida. Como tal, os antigos estavam dispostos a fazer grandes sacrifícios para conservarem os seus direitos políticos e a sua participação na administração do Estado. Cada qual, ao sentir com orgulho o valor do seu sufrágio, encontrava na consciência da sua importância pessoal uma profunda recompensa.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Reacção do MCLT
domingo, 8 de junho de 2008
Livros em saldo
Ao contrário, por exemplo, da Feira do Livro de Coimbra, que escolheu um figurino que envolveu espectáculos musicais dentro do pavilhão – coisa que, certamente, pouco beneficiava a consulta e leitura dos livros expostos –, a Feira do Livro do Porto manteve um ambiente sóbrio, propício ao que se espera de uma mostra de livros a preços mais acessíveis – a sua consulta criteriosa com vista a uma selecção de compras. Depois da polémica, os livros são sempre os livros!
Apesar dos preços não serem assim tão mais baixos quanto seria desejável para o “devorador” de livros, é sempre uma actividade agradável percorrer os escaparates em busca de proveitosas e deleitosas leituras. Últimos dias – a decorrer até terça-feira.