A ME, Maria de Lurdes Rodrigues, reagiu às críticas aos exames, designadamente de Matemática, negando que haja facilitismo, alegando que as críticas são meros alarmismos e oportunismos políticos e - no seu habitual tom acusatório completamente despropositado - que os professores sempre gostaram muito de polémicas acerca de exames (veja-se, por ex., edição em papel, de ontem, do JN, p. 8)! Quando não há razões objectivas e, portanto, válidas para contra-argumentar é mais fácil acusar os críticos... de serem críticos! Ora, isto é aquilo que em lógica informal se chama um argumento ad hominem: em vez de se "atacarem" as ideias, atacam-se as próprias pessoas, nalgum suposto defeito que possam, alegadamente, possuir, mas, de qualquer modo, irrelevante para apreciar as suas ideias - o que constitui um argumento falacioso (i.e., inválido, embora apresentado de modo a parecer válido).
Talvez fosse bom que, de uma vez por todas, as pessoas que ocupam cargos governativos (leia-se: de alta responsabilidade pública) começassem a ter o devido respeito pelos agentes da sociedade civil, que, com o seu saber, competência e dedicação, contribuem verdadeiramente (sempre que lhes é permito, claro!) para o real desenvolvimento (possível) da sociedade! É que os professores não só têm o direito mas também o dever de se empenharem em fazer prevalecer as condições necessárias (e suficientes) para fazer prevalecer a verdade educacional, como, por exemplo, os juízes e advogados têm o direito e o dever de se empenharem em fazer prevalecer as condições necessárias para que se possa fazer justiça. Ora, não se conhece forma de o fazer que não envolva uma boa dose de espírito crítico! Portanto, é bom para qualquer sociedade (que os governos justos governam) que os professores sejam críticos relativamente a tudo quanto lhes pareça que possa colocar em causa esse valor fundamental, que é a verdade educacional.
Afinal, uma classe docente com espírito crítico é uma das boas coisas que um ME de um país civilizado e desenvolvido deveria desejar! Ou será que não?!
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