segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Por uma Ordem dos Professores

A ANP deu início à criação de uma Ordem dos Porfessores. É claro que a criação de uma Ordem dos Professores tem inúmeras vantagens, das quais salientaria as seguintes:
.
1. Regulação da actividade de professor, com a criação de um código deontológico (é que não há, certamente, 1001 maneiras de ser professor, talvez haja apenas 502!).
.
2. Representatividade política verdadeiramente forte e coesa frente aos governos, com um conjunto de pessoas altamente qualificadas e conhecedoras das temáticas educativas, para que, a uma só voz, possa ter uma palavra a dizer frente a hipotéticos desvarios de qualquer governo mais incauto ou com outros interesses.
.
3. Assumpção da verdadeira e profunda importância que a actividade docente tem na sociedade.
.
4. Assumpção da inegável complexidade científico-pedagógica do exercício da profissão, com consequente prestação de apoio científico-pedagógico através de formação verdadeiramente rigorosa e oportuna. (Afinal, a importância e complexidade da profissão de professor não é menor relativamente a outras profissões, como a de advogado, médico, engenheiro..., que têm necessidade de auto-regulação através de uma Ordem!)
.
No entanto, não podemos esquecer o que tal significa em termos de alguma perda de liberdade dos profissionais. É claro que criar uma ordem profissional significa que cada candidato a exercer tal profissão deixa de ter uma teoricamente quase ilimitada liberdade no exercício da sua profissão. Limitar a liberdade parece ser, teoricamente, sempre mau. Mas regular, organizar e determinar limites razoavelmente intransponíveis, pode ser uma forma de estatuir um múnus, que necessita de ordenamento universal, e que, assim, evoluirá nas suas práticas e no seu prestígio, aspectos em que tanto necessita de evolução!
.
O contrato social inerente à criação de uma Ordem implicaria perda de alguma liberdade em troca de mais regulação, apoio, prestígio e dignificação da profissão. Estou em crer que o saldo seria positivo.

2 comentários:

Rui Ramos disse...

Concordo plenamente com a criaçao desta ordem! Penso que bem elaborada só trará benefícios a toda a sociedade portuguesa. Se a ordem for elaborada com pessoas qualificadas para o cargo, com vontade de trabalhar, informadas acerca dos sistemas de educação mundiais, e que tenham o objectivo de trabalhar de forma a proporcionarem um sistema educativo digno, justo e eficaz, Portugal poderá ser um exemplo, num futuro... É preciso ver que estão em jogo necessidades políticas, laborais e educativas, e deste modo nao será fácil, mas é com esforço que os objectivos se atingem. Como aluno acho uma boa ideia a criação desta ordem, não com o objectivo de os professores se sentirem mais protegidos mas sim com o objectivo de se sentirem bons professores, ou seja, aquilo para que trabalham, de forma a beneficiar o sistema educativo que nos proporcionará a sociedade futura! Abraço

Miguel Portugal disse...

É precisamente isso, Rui, que se pretende com a regulação da profissão: mais rigor, melhor desempenho, mais apoio formativo, maior poder representativo. Tudo em nome da educação... que bem precisa.