quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Educação sexual "simplex"

Ensino da sexualidade pode ser prejudicial, diz o sexólogo Nuno Monteiro Pereira, a propósito das V Jornadas de Sexologia da Universidade Lusófona. Novidade! Pois pode. Será um conservador? A sexologia, uma ciência conservadora?! Não, infelizmente as coisas não são tão simples assim (leiam-se as razões invocadas pelo especialista, no link em cima).
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Sobretudo se for implementada demasiado rapidamente, por decisão e interesse meramente político-ideológico e sem pensar, sem reflectir profundamente em toda a sua complexidade, a educação sexual pode muito bem ser mais uma aventura pedagógica deste governo socialista, com consequências nefastas. Antes de agir em área tão delicada e social e antropologicamente importante seria bom pensar um pouco mais e melhor. Até pode ser importante avançar com tal intervenção educativa nas escolas e boas razões há para tal. Mas nunca com a pressa e alguma quase leviana falta de competência com que as directivas estão a chegar às escolas.

2 comentários:

MCF disse...

A minha visão em relação á Educação Sexual na escola é diferente da maior parte, mas penso ser a correcta.

Na minha ideia, Educação Sexual deveria servir para nos ensinar a disfrutar do sexo e a sentir-nos melhor com ele. Quem é que no secundário não sabe como se proteger de doenças sexualmente transmissiveis?
E para já, nao devia ser a professora de Biologia, ou o professor de Filosofia ou o professor de outra disciplina qualquer, como é o que acontece na minha escola por exemplo, a explicar-nos o ''sexo''.

Resumindo, as aulas de Educação Sexual deviam-nos ensinar a tirar o maior proveito e prazer do sexo, com as devidas precauções claro.

Miguel Portugal disse...

Visão lúcida da questão, caro MCF. Os técnicos adequados para ensinar sexualidade são, antes de mais, técnicos de saúde e psicólogos e/ou sexólogos e não profs. de Física ou História. O que não invalida uma reflexão filosófica, por exemplo, sobre a sexualidade, que tem sido feita desde os gregos antigos, e hoje designadamente por filósofos americanos. Mas mesmo assim, a sexualidade é uma actividade antropológica e socialmente tão complexa, que os modelos utilizados noutros países parecem não ter tido os resultados que teoricamente seriam de esperar. Nós por cá estamos a copiar, sem mais, claro, sem corrigir, porque não sabemos! Além disso, para falar de sexualidade é preciso uma grande segurança e não apenas teórica - é necessário ter uma vivência saudável e equilibrada da sua própria sexualidade, para não induzir em erros. Depois, há um conjunto de dúvidas sobre a pertinência de falar sobre tema tão delicado e íntimo em crianças e jovens - em que idade abordar determinados temas?

A sexualidade é uma coisa boa, por isso devemos cuidar bem dela. Não é coisa que se trata com pressas e ligeireza, como penso que está a ser tratada por este ME.

Abraço