sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Crise dos poderes – indignidade dos protagonistas


A falta de princípios éticos e a ausência de capacidade de serviço público engrossa em Portugal, país à beira do abismo sócio-económico e com uma profunda crise ao nível dos três poderes, legislativo, executivo e judicial. Afinal, segundo o acórdão do juiz do processo "Face Oculta" «das conversações entre Paulo Penedos e Armando Vara resultaram indícios muito fortes da existência de um plano em que está directamente envolvido o Governo, nomeadamente o primeiro-ministro, visando o controlo da estação de televisão TVI e o afastamento da jornalista Manuela Moura Guedes e do seu marido, José Eduardo Moniz, para controlar o teor das notícias.»
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A crise não se explica apenas por factores externos, também por factores estruturantes internos da nossa débil economia e baixa qualificação e ainda menor vontade de nos esforçarmos por sermos melhores. Mas explica-se igualmente pela incompetência e confrangedora falta de capacidade moral e sentido de serviço público de alguns governantes, alguns deputados e alguns magistrados da nação, enfraquecendo-se assim, perigosamente, os três poderes do Estado.
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Veja-se o caso da imbecil proposta dos vice-presidentes da bancada parlamentar socialista de um Big Brother fiscal ou o irresponsavelmente juvenil braço-de-ferro de governo e oposições na lei das finanças locais, com os investidores internacionais desconfiadíssimos da capacidade do país para não se endividar mais!
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No caso da continuada vergonhosa intromissão, completamehte ilegítima, do governo e do PM na liberdade de expressão e de informação, pilar fulcral da democracia, cabe perguntar: por que razão o STJ não entendeu haver indícios, quando os parece haver, para sequer abrir um inquérito judicial às intromissões economicamente danosas e politicamente fascizantes do PM na TVI? Por medo, mero interesse pessoal, subserviência bacoca? Os governantes, façam o que fizerem, estarão sempre ilegítima e imoralmente protegidos? Terá o povo (e não só!) razões para votar ao completo descrédito o sistema judicial em Portugal? – Tem.

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