sexta-feira, 25 de março de 2011

Melhoria da avaliação docente... finalmente!

Um dos principais problemas do actual modelo de avaliação docente (supostamente "aperfeiçoado"), consiste no facto de esta ser uma avaliação interpares: num grupo de professores, por exemplo, de Matemática de uma escola, um deles avalia os outros; o problema é o de saber se existem as condições para haver a imparcialidade e objectividade necessárias a um processo verdadeiramente eficaz de avaliação. É bem fácil de ver que não (ou são amigos e é difícil avaliar negativamente, ou são inimigos e é difícil avaliar positivamente -- e juntem-se mais prerrogativas, que as há...).

A proposta de suspensão do actual modelo de avaliação, do PSD, vai, pois, neste sentido: acabar com o regime actual de avaliação interpares e substituí-lo por um regime em que seja uma comissão independente a avaliar os professores. Acertado: é preciso aumentar a objectividade e eficácia avaliativa. (Aguardamos pela forma de que se revistirá tal comissão.)

Porquê agora? Não será irresponsável interromper o processo a meio do ano lectivo, em pleno decurso do processo de avaliação? Embora tal seja usado como se o PSD se estivesse a aproveitar para fazer a vontade aos professores, pressupondo-se sempre, erradamente, que os professores não querem ser avaliados (por muito que alguns assim o desejassem), o argumento do PSD é, no entanto, bastante aceitável: a medida é neste momento oportuna, pois o objectivo é que o novo modelo de avaliação de desempenho de professores tenha efeitos a partir do próximo ano. Acertado: é preciso, finalmente, ganhar tempo.

Espero que se tenha começado a arrumar a casa.

2 comentários:

Lília disse...

Finalmente fez-se justiça :)

Miguel Portugal disse...

Claro que sim, cara Lília.

Esperamos agora um sistema de avaliação competentemente delineado, não apenas a pensar em poupar dinheiro ao estado, por muito importamnte que seja, como é, mas que também proporcione, como qualquer sistema sério de avaliação deve proporcionar, um aperfeiçoamento das práticas lectivas de todos.

Para que ensinar em Portugal seja, definitivamente, uma actividade de reconhecida qualidade.