O exame de Matemática do 9.º ano, realizado ontem em todo o país, parece que foi um mau exame: com demasiadas perguntas demasiado fáceis (tinha várias questões do 6.º ano e até uma do 3.º ano!), o exame não conseguirá, assim, aferir os verdadeiros conhecimentos que os alunos deveriam e poderiam muito bem possuir no final do ensino básico, numa disciplina fundamental e demasiado importante para as suas vidas futuras. Quem o diz é a Sociedade Portuguesa de Matemática. Mas esta instituição diz mais e, talvez, o mais importante: este tipo de exames, com perguntas demasiado fáceis, cria uma muito perniciosa atitude e mentalidade nos alunos, a de que não é preciso esforçarem-se para aprender mais, já que, sem precisarem de se esforçar tanto, conseguirão igualmente “bons” resultados!
Mas há quem só veja virtudes neste mesmo exame. A Associação de Professores de Matemática considerou que o exame está de acordo com o programa da disciplina e que os exames devem ter um grau de dificuldade adequada aos alunos, coisa que, segundo esta associação, aconteceu com este.
Quer dizer, há duas maneiras de encarar a vida: 1. encará-la como se se tratasse de um “mar de rosas”, onde as pessoas nascem a saber nadar ou então onde são leves insectos cuja vida nirvânica consiste, muito simplesmente, em saltitar de pétala em pétala; ou 2., bem diferente, é encará-la como se, para viver nesse mar (que pode muito bem ter rosas) é preciso aprender a nadar, aprender mesmo, para depois, sim, nos podermos deslocar efectivamente por entre os perfumes da vida, que os tem, claro!
A primeira é a velha “nova” filosofia da educação, que a vê como uma actividade muito pouco normativa, irresponsavelmente não-directiva em absoluto, muito pouco orientadora, e, sobretudo, nunca exigente, supondo que a educação deve respeitar a liberdade do aluno e que isso se faz “deixando-o” crescer.
A segunda filosofia da educação é uma forma realista e veritativa de encarar a educação, que é vista como uma forma de libertar verdadeiramente o ser humano, que, para tal, deverá obter os conhecimentos e desenvolver as competências necessárias para uma vida boa – livre, sábia e feliz. Para que todos tenham acesso a esse tesouro, ao invés de os “deixar” crescer com a ideia de que tudo o que é bom é fácil e tudo o que é difícil é mau, é preciso procurar que cada um se esforce no sentido de aprender o mais possível e incutir nas crianças e jovens a ideia de que o saber (nem sempre fácil, claro) é algo de extremamente valioso, porque, justamente, libertador.
É esta filosofia da educação – mais exigente, mas também mais realista e humana, já que faz com que todos aprendam efectivamente o mais possível – que a esquerda quer destruir, para utopicamente colocar no seu lugar um simulacro de educação, que é suposto tornar todos (artificiosamente) iguais, mas que, ao invés, estreita as possibilidades de ser (principalmente dos mais desfavorecidos!) e nivela por baixo aquilo que é a altaneira força da liberdade e diversidade humanas.
Como se uma educação fácil preparasse adequadamente as crianças e jovens para uma vida que tem sempre – e agora particularmente – aspectos mais difíceis! Pelo contrário, a educação facilitista apenas torna, já à partida, a vida mais difícil.
Mas há quem só veja virtudes neste mesmo exame. A Associação de Professores de Matemática considerou que o exame está de acordo com o programa da disciplina e que os exames devem ter um grau de dificuldade adequada aos alunos, coisa que, segundo esta associação, aconteceu com este.
Quer dizer, há duas maneiras de encarar a vida: 1. encará-la como se se tratasse de um “mar de rosas”, onde as pessoas nascem a saber nadar ou então onde são leves insectos cuja vida nirvânica consiste, muito simplesmente, em saltitar de pétala em pétala; ou 2., bem diferente, é encará-la como se, para viver nesse mar (que pode muito bem ter rosas) é preciso aprender a nadar, aprender mesmo, para depois, sim, nos podermos deslocar efectivamente por entre os perfumes da vida, que os tem, claro!
A primeira é a velha “nova” filosofia da educação, que a vê como uma actividade muito pouco normativa, irresponsavelmente não-directiva em absoluto, muito pouco orientadora, e, sobretudo, nunca exigente, supondo que a educação deve respeitar a liberdade do aluno e que isso se faz “deixando-o” crescer.
A segunda filosofia da educação é uma forma realista e veritativa de encarar a educação, que é vista como uma forma de libertar verdadeiramente o ser humano, que, para tal, deverá obter os conhecimentos e desenvolver as competências necessárias para uma vida boa – livre, sábia e feliz. Para que todos tenham acesso a esse tesouro, ao invés de os “deixar” crescer com a ideia de que tudo o que é bom é fácil e tudo o que é difícil é mau, é preciso procurar que cada um se esforce no sentido de aprender o mais possível e incutir nas crianças e jovens a ideia de que o saber (nem sempre fácil, claro) é algo de extremamente valioso, porque, justamente, libertador.
É esta filosofia da educação – mais exigente, mas também mais realista e humana, já que faz com que todos aprendam efectivamente o mais possível – que a esquerda quer destruir, para utopicamente colocar no seu lugar um simulacro de educação, que é suposto tornar todos (artificiosamente) iguais, mas que, ao invés, estreita as possibilidades de ser (principalmente dos mais desfavorecidos!) e nivela por baixo aquilo que é a altaneira força da liberdade e diversidade humanas.
Como se uma educação fácil preparasse adequadamente as crianças e jovens para uma vida que tem sempre – e agora particularmente – aspectos mais difíceis! Pelo contrário, a educação facilitista apenas torna, já à partida, a vida mais difícil.
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