quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Ajudar

Um sismo apocalíptico reduziu a escombros o belo Haiti (no "i" e na CNN). Milhares de seres humanos morreram. Um pouco por todo o mundo, a ajuda para curar os feridos e enterrar os mortos começa a chegar; mesmo a ajuda para a reconstrução daquele que já era um dos países mais pobres do mundo está já a ser equacionada. Como é isto possível, num mundo de indivíduos egocentrados ou de países sem recursos ou de governos, aparentemente, sem interesse político em auxiliar os seus congéneres?
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Apesar das crises económicas e dos críticos da economia de mercado livre, esta é uma forma de organização da vida económica capaz de gerar recursos suplementares, para que alguns países e ONG's possam acorrer de imediato a uma super-catástrofe desta dimensão; apesar dos problemas que marcam a política internacional e dos interesses particulares dos governos em conquistar (ou manter) a hegemonia, a ordem política mundial actual é capaz de gerar altruísmo consensual generalizado, quando se trata de auxiliar outros países a braços com o caos, perceptivamente insolúvel; apesar da ética hedonista, utilitarista e egocentricamente individualista que orienta, muitas vezes, a acção do ser humano moderno, que habita boa parte do mundo, a ideia de que, embora múltiplo, o ser humano é uno continua a emergir em tempo de socorrer o outro, generalizando-se os donativos, que são um complemento fulcral na ajuda. (Veja aqui como ajudar.)

“Podia ser eu!” O sentido de justiça e o impulso altruísta parecem, de facto, constituir-nos. E, por isso, a regra de ouro da ética continua actuante nas mentes do ser humano consciente, quer ao nível do indivíduo, quer dos estados: “faz aos outros o que gostarias que te fizessem a ti”.

Ajudar, portanto, é, nestes casos, a decisão mais bem fundamentada eticamente e, por isso, razoável, sensata e justa, mesmo do (por vezes tão criticado) homem moderno, individualista e livre, que habita as grandes urbes ocidentais (e já não só).

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