Trata-se de um argumento que toma (logicamente, de forma errada) a parte pelo todo – falacioso e, portanto, inadmissível. E desta vez, pelo menos, há que, objectivamente, dar razão à legitimamente irritada reacção dos sindicatos, que acusam Isabel Alçada de comprometer, em momento crucial, o tão vital processo negocial. «A única coisa que se pode concluir desse número elevado de Bons é que a esmagadora maioria dos professores são assíduos, cumprem o serviço e frequentam as acções de formação a que estão obrigados», diz, estupefacto, Mário Nogueira.
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Outro problema para o governo é o facto de serem "demasiados" "bons" professores a poderem progredir na carreira e a gastar dinheiro ao Estado. Como se a educação, a saúde e a justiça fossem áreas em que a prioridade fosse simplesmente curtar nas despesas a todo o custo! Mas aqui a questão também é elementar: mesmo com as quotas, só 5% dos professores poderão ser avaliados com Excelente, 20% com Muito Bom, restando 75% das quotas para Bom, Regular e Irregular. Como a maioria das escolas tem professores com médias acima do regular -- o que é natural e desejável! --, é muito natural que o Bom seja a nota mais frequente! Só criando também quotas para o Bom, Regular e Irregular!!
Em suma: se isto não fosse manipulação da opinião pública, simples economicismo ou imberbe teimosia política (ao comando da batuta do líder), então teria que ser falta de capacidade para interpretar correctamente dados estatísticos. Quando as pessoas que ocupam cargos políticos insistem em fazer da política uma mera arte despudoradamente manipulatória e teimam em não enfrentar a necessidade de alcançar consensos possíveis, tão fundamentais em tempo de crises profundas, continuam irresponsavelmente a colocar-se do lado da continuação e do avolumar dos problemas e não, como era suposto, do lado da procura das verdadeiras soluções. E a nódoa parece tender a cair, qual vírus letal, mesmo no mais bem texturado tecido.
Em suma: se isto não fosse manipulação da opinião pública, simples economicismo ou imberbe teimosia política (ao comando da batuta do líder), então teria que ser falta de capacidade para interpretar correctamente dados estatísticos. Quando as pessoas que ocupam cargos políticos insistem em fazer da política uma mera arte despudoradamente manipulatória e teimam em não enfrentar a necessidade de alcançar consensos possíveis, tão fundamentais em tempo de crises profundas, continuam irresponsavelmente a colocar-se do lado da continuação e do avolumar dos problemas e não, como era suposto, do lado da procura das verdadeiras soluções. E a nódoa parece tender a cair, qual vírus letal, mesmo no mais bem texturado tecido.
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