António Vitorino necessita afastar-se do programa de opinião que tem na RTP. A direcção resolveu terminar também com o programa de Marcelo Rebelo de Sousa. Este não gostou. E nós, gostámos? Bom, fica sempre no ar um calculismo político-partidário, intencional ou tácito, pseudo-equilibrador de forças, que parece mais mesquinho que justo. Afinal, ambos os programas tinham a qualidade necessária para terem honras de programação duradoura em canal público. Vitorino teve que ir embora; Marcelo não tinha que ser mandado embora. A democracia não é um método quantitativo, rigorista, de medida de emissão de opiniões. De qualquer modo, a solução poderia ter sido encontada sem despedir Marcelo.
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Mais uma decisão polémica, tendo em conta a o critério basilar da liberdade de opinião e de informação.
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Eis a ironia de Marcelo: «Pergunta, curiosa, do neto (...): "Mas, avô, por que é que vai acabar?...". Pensei responder-lhe assim: "O senhor que fala à segunda-feira costumava dizer, com piada, que era o alibi democrático do avô. Como desaparece esse alibi, porque ele parte, o avô também parte com ele...". Desisti. O Francisco não percebe ainda o que é um alibi democrático. Nem sabe bem o que são a RTP e a ERC...» O neto não percebe, mas para os concidadãos é esclarecedor.
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