domingo, 3 de janeiro de 2010

O ano da verdadeira política?

O país atravessa uma grave crise, com origem internacional, mas também com os seus eternos contornos nacionais: desemprego, economia débil, formação fraca e travestida de muitos jovens e adultos, dívida pública galopante... Por isso, este ano a iniciar requererá uma verdadeira arte política: pensar em verdadeiras soluções para estes problemas e delinear estratégias de futuro para o país, dialogar com outros partidos (tarefa primordial do governo) e procurar consensos. Tudo aquilo que, verdadeiramente, não foi ainda feito até agora.
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Pelo contrário, o que assistimos no último trimestre foi um irresponsável braço de ferro entre governo minoritário e oposições fortalecidas (nem sempre responsáveis), cujo único intuito é manter (ou alcançar) o poder a todo custo, para (continuar a) exercer domínio sobre os interesses privados, relegando sempre os interesses do país para um plano eticamente lastimável.

Como tal arte política está longe de ser conseguida com os actuais principais protagonistas da cena parlamentar portuguesa, lá teremos que voltar às urnas. Se os dirigentes e altos quadros do PSD não se mostrarem mais responsavelmente interessados – não nos seus interesses pessoais, servindo-se do partido e do país, mas no interesse público –, então teremos um grande problema de falta de alternativas credíveis.

Não temos um problema de regime – temos um problema de estilo, de vontade e até de (in)capacidade ética para servir o país. Veremos quem tem estofo e coragem para a verdadeira política.

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