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Mas a conclusão que José Sócrates – por força apenas do ácido corrosivo da retórica – retirou deste acordo não é lógica nem politicamente válida. Este acordo não significa que MLR e o governo sejam (que o não são!) portentos democráticos nem exímios implementadores de reformas basilares, como esta (necessária) reforma do sistema de ensino em Portugal. Não. O significado político deste acordo é outro e é muito claro – o ME de MLR e o governo chefiado por José Sócrates não souberam fazer, tanto do ponto de vista político como técnico, esta reforma fundamental para a modernização do sistema educativo português.
Recuar, em matéria de avaliação de desempenho, significa que as propostas iniciais do ME eram monstruosas e, por sê-lo, teriam, mais cedo ou mais tarde, que adquirir uma feição mais carinhosa (e eleitoral!) de monstrinho – teriam que se adequar à verdadeira e justa finalidade, que é melhorar efectivamente o sistema de ensino, através, por esta via (que nao resolve tudo!), da motivação dos professores em melhorarem a qualidade do seu desempenho.
De monstro a monstrinho, este recuo é, pois, uma derrota política do governo de Sócrates. Esperemos que se venha a consubstanciar numa efectiva vitória do sistema educativo.
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