segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
A ler!
Magnânimo!
Jogos de poder em plena crise?! Vale o puxão de orelhas!
Mas a República Portuguesa ainda conta, por enquanto(!), com um Tribunal Constitucional, que lá irá proclamar que a norma viola a Constituição! É ridículo.
Quando, em plena crise económica e financeira, a estabilidade política era essencial, brinca-se aos jogos de poder. Vergonhoso. E lá se vai a «lealdade institucional» (sic, PR). Estava mesmo a precisar de um "puxão de orelhas"!
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Tudo é permitido. Venham as provas!
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Mas estamos todos à espera que o sr. Jorge Pedreira dê a machadada final e prove que aquelas assinaturas não correspondem à verdade. Basta verificar se aqueles nomes correspondem a professores daquelas escolas! Isso não deitaria por terra todo o poder político de Mário Nogueira e dos Sindicatos? É tão simples, que o sr. Pedreira vai já inundar os emails dos professores com mais este presente de Natal! Se o não fizer -- como não fará --, isso será mais uma prova que para este governo de José Sócrates tudo é permitido!
Propaganda ao rubro!
Quando os funcionários públicos se vêem a braços com as mesmas reformas apressadamente mal feitas e pior compreendidas e com a pressão autoritária, que lhes tolhe a indignação;
Então, nada melhor do que oferecer umas prenditas de Natal… para tapar os olhos e, mais uma vez, manipular a opinião pública, no sentido de aumentar o sentimento odioso geral para com tais classes profissionais.
Mas não faz mal. Qualquer sociedade bem ordenada funciona bem com este clima de ódio entre pais e professores, utentes e serviços públicos. E o povão gosta…
Para os pobres… de espírito!
O povo precisa, Sócrates dá!
Mais uma no cravo e outra na ferradura!
Mas, afinal de contas, o que vai acontecer é apenas uma alteração de vínculos: os professores de Quadro de Zona Pedagógica (grosso modo, efectivos num distrito), vão passar, gradualmente, a Quadros de Agrupamento (grosso modo, efectivos em concelhos). Mas cuidado: não haverá lugar para mais 30.000 professores, uma vez que os lugares desocupados, extinguem-se – serão exactamente os mesmos professores, providos apenas num quadro de vínculo diferente. Mas as necessidades são exactamente as mesmas.
Claro que, a curto prazo, parece bom, pois reduz – caso o concurso não obrigue a concorrer para além das zonas que o professor pretende – a área geográfica onde o professor pode ser colocado. Mas a longo prazo, o governo prepara-se para transformar os Quadros de Agrupamento em Quadros de Escolas Agrupadas, o que significa que os professores, todos os professores (pois vão acabar os Quadros de Escola), vão estar vinculados a dois ou três concelhos: de manhã podem leccionar na escola X, à tarde na escola Y (50 km ao lado!) e à noite, caso a lei vier a permitir(!), na escola Z (mais 30 km à esquerda)!
Claro que o que parece é que aumentam os principescos e, portanto, completamente injustos, privilégios dos malandros dos professores, quando, como se vê, na realidade trata-se, no mínimo, de uma medida a que as circunstâncias futuras obrigarão, dada a baixa taxa de natalidade, o que provocará o fecho de muitas escolas nas próximas décadas.
Trata-se, pois, de mais uma acção de propaganda… caso para dizer: “histórica!”
Tanto dá no cravo, que alguma tinha que acertar na ferradura. O cargo de Director de Escola – uma das boas medidas deste caos pseudo-reformista – irá ser remunerado com um acréscimo de 40% face ao actual Presidente do Conselho Executivo. É claro que, aumentando as responsabilidades, deve aumentar a remuneração. Óbvio!
Pena é que um governo que é capaz de tudo, possa também estragar tudo!
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
"Limpeza profissional"!
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Água mole em pedra dura...!
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
"Ai bate o pé, bate o pé!"
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Porque se manifestam os professores 1. “Alheiras sem carne”?! Ou contra o esvaziamento da educação em Portugal
O ensino básico está cravejado de legislação e as escolas têm vivido pressões inspectivas, no sentido, não propriamente de melhorar as condições de ensino e aprendizagem das escolas e dos alunos, mas sim no sentido de fazer diminuir, artificiosamente, o número de alunos que reprovam. O ensino secundário está a ser também alvo desta pressão, agora de forma mais clara por via, por exemplo, das alterações ao Estatuto do Aluno, cujo regime de faltas constitui uma pressão, ainda que velada, naquele sentido (para excluir um aluno por excesso de faltas injustificadas é preciso submetê-lo a, pelo menos, duas provas de avaliação e, depois, mesmo não havendo aproveitamento, ponderar muito bem tal medida sancionatória!).
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domingo, 7 de dezembro de 2008
Deputados, procuram-se!
Desapareceram 48 deputados. Não, ninguém quer encontrá-los (se não estiveram lá é porque não fazem lá falta!). Só queremos saber quem são. É que os cidadãos partidariamente independentes, mas politicamente conscientes, livres e autónomas, têm o direito de conhecer os nomes desses senhores da “balda”, para não votarem em nenhum partido de cujas listas façam parte tais luminárias.
Procuram-se, pois, novos nomes para ocupar os seus lugares de candidatos a deputados, sobretudo, pelas listas do PSD, nas próximas legislativas… para ver se há ainda alguém minimamente lúcido que vote no maior partido da oposição!
Quando se pretende impor – e talvez bem, se bem feito – um sistema de avaliação de desempenho exigente, potenciador do esforço, da dedicação e do empenho, e penalizador do absentismo numa classe profissional já de si altamente sacrificada pelas condições sócio-económicas e culturais difíceis em que trabalha e, para dar o exemplo(!), se cometem erros desta jaez, faltando, indo mais cedo “de fim-de-semana”… isto é, no mínimo, vergonhoso. Mas o problema é que não se fica pela vergonha. Corrói as últimas expectativas e sentimentos de obediência política dos cidadãos, indispensáveis a um regime democrático, contribuindo com mais razões para a perda de legitimidade e soberania de alguns agentes políticos, pondo em causa a legitimidade das próprias instituições democráticas.
Os professores querem ser (bem) avaliados. Esperemos que os políticos em geral e os deputados em particular tenham a mesma hombridade de o querer também!
“The never ending story” …Hirra!
Assim sendo, o que a sra. Ministra – num dos mais lacrimejantes momentos de solidariedade e sacrifício políticos, jamais visto na casa da democracia portuguesa – tem para oferecer ao bem comum é, por enquanto, para entreter, o reatar do diálogo. (Mas… não tem feito outra coisa, senão “dialogar”! E se são só os seus acólitos – Secretários de Estado ou funcionários das Direcções Regionais – que falam nas múltiplas ocasiões de “diálogo” com os professores, isso é porque este governo socialista tem-nos feito o favor de ir reinventando também o “diálogo” político! Há que ser capaz de compreender isto, minha gente!)
Assim… vamos lá então ouvir os sindicatos. Os sindicatos suspendem as greves regionais desta semana. O governo negoceia, mas não suspende a avaliação (por muito que não se perceba, porque não interessa perceber, o que isso quer dizer!). Os sindicatos ripostam – vamos lá ver quem conseguirá convencer o outro.
Hirra!! Parece que, se as “criancinhas” não se entendem sobre quem bate mais forte o pé, será melhor voltarem… à escola! (Ainda assim, é o lugar onde se vai ensinando o que vale e o que não vale…, quando nos deixam, claro!)
De qualquer modo, a figura que o governo está a fazer neste triste episódio da educação em Portugal é muito mais lamentável que aquela que os sindicatos são obrigados a fazer. E, do ponto de vista político, a teimosia do governo só está a fortalecer a posição de Mário Nogueira, do PCP e das hostes mais à esquerda do professorado, que, naturalmente, talvez prefiram um modelo centrado numa auto-avaliação pouco consequente e não diferenciadora nem estimuladora do aperfeiçoamento profissional, no seu igualitarismo utópico. Esta triste figura do governo – fundada numa arrogância política do seu chefe, sem precedentes na nossa democracia – está a enfraquecer cada vez mais uma posição, com ampla aceitação nos professores e importante para o sistema educativo, que defende uma carreira docente com uma avaliação moderna, mas exequível, exigente mas justa, e verdadeiramente estimulante do aperfeiçoamento do desempenho docente, que, ao invés de ressentidamente punitiva, seja formativamente potenciadora da melhoria das aprendizagens dos alunos.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
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«Por definição, numa democracia todos são iguais e, através da igualdade de direitos e obrigações, pelo menos em questões de princípios, chega-se ao respeito mútuo. O diálogo aberto é a característica fundamental da democracia. Os sistemas democráticos procuram criar um espaço de diálogo e substituir o poder autoritário, ou o poder sedimentado pela tradição, pela discussão pública das questões. Nenhuma democracia pode funcionar sem confiança. E a democracia está minada por dentro quando deixa emergir o autoritarismo e a violência.
(...)
O que se está a tornar necessário nos países democráticos é o aprofundamento da própria democracia. Chamo a isto democratizar a democracia.»
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Greve (aos números!)
"O" ERRO político da legislatura
O sr. eng.º José Sócrates e a Dra. Maria de Lurdes Rodrigues escolheram como estratégia política, para economizar dinheiro ao Estado (que faz falta noutros "sítios"!) e fazer de conta que resolviam problemas educacionais sistémicos, denegrir a imagem pública de toda uma classe na praça pública. Tudo tem servido (não sabem ensinar, muito menos avaliar; indisciplina, que não há; legislação, que não sabem interpretar) para apupar os professores e os diminuir face aos restantes postugueses.
Ora, isto está a contribuir para colocar em causa um valor, tão caro aos socialistas, e, de qualquer modo, fundamental para uma vida social sã, que é a solidariedade (a par da Liberdade e da Igualdade, trave mestra do pensamento político desde a Revolução Francesa) e que actualmente é indicada na teoria política como cooperação social. Não é possível uma sociedade moderna sobreviver sem estabilidade educacional, neste caso sem reconhecimento do importante papel de professores e educadores, hoje cada vez mais determinantes e omnipresentes (para não dizer omnipotentes!) na vida das crianças e jovens.
Avaliação "simplex"… e "apressadex"!
«Artigo 17.º
Avaliação realizada pelo coordenador do departamento curricular
1 — A avaliação efectuada pelo coordenador do departamento curricular pondera o envolvimento e a qualidade científico-pedagógica do docente, com base na apreciação dos seguintes parâmetros classificativos:
a) Preparação e organização das actividades lectivas;
b) Realização das actividades lectivas;
c) Relação pedagógica com os alunos;
d) Processo de avaliação das aprendizagens dos alunos.»
Mesmo que desmultiplicados em meia dúzia de outros sub-itens genéricos, como é possível ainda assim, avaliar estas generalidades sem critérios de observação objectivos que as concretizem de uma forma efectiva, justa e rigorosa? Ou seja: quando é que o professor é Insuficiente, Regular, Bom, Muito Bom ou Excelente em cada um daqueles parâmetros? Quando faz exactamente o quê? Sem objectividade só há arbitrariedades, injustiças e esvaziamento da substância do sistema de avaliação!
1. Com a actual forma de implementação deste modelo de avaliação, não é possível (por muito que a sra. Ministra e os seus acólitos de serviço digam que é) prescindir de descritores, devidamente pontuados, de modo a observar e avaliar, com rigor, objectividade e justiça, cada parâmetro “classificativo”. (Ora bolas! O legislador nem domina o mais elementar conceituário pedagógico – em vez de “classificativo” deveria estar grafado “avaliativo”; a classificação é a síntese informativa resultante da avaliação! Ah, é verdade! Os professores não sabem, entre outras coisas, interpretar leis!);
2. O avaliador deve ser alguém com qualificações específicas idênticas à área de desempenho do avaliado e, naturalmente, com experiência superior.
Mas neste último ponto, a simplificação “apressadex” da sra. Ministra é deveras representativa da verdadeira intenção da divisão da carreira e deste pesado modelo de avaliação. Todos os professores podem ter Bom, sem que para tal tenham que ver avaliada… a sua componente científico-didáctica! Se desejarem ter Muito Bom ou Excelente, aí sim, têm que requerer uma avaliação diferente, com base, naturalmente, em aulas assistidas e, se quiserem, podem até requerer que seja um professor da mesma área disciplinar, que se deslocará de outra escola, se for o caso! E como obter essas classificações de topo é altamente vantajoso para os professores... toda a gente as vai requerer!
Isto só revela que o ME não consegue resolver o problema e quando tenta resolvê-lo, tal é feito de um modo atabalhoado (“é como os srs. Professores quiserem!”; “é só escolher!”). Ora, isto significa que nunca foi preocupação do governo implementar uma verdadeira avaliação de desempenho científico-didáctico e pedagógico dos professores, que fosse efectivamente um estímulo ao aperfeiçoamento consequente das suas performances profissionais, redundando assim numa melhoria efectiva das aprendizagens do alunos. Afinal, a preocupação sempre foi apenas economicista, irresponsável no seu simplismo redutor.
Mas isto significa também que o governo está agora apenas interessado em resolver apressadamente um problema político (não funcional, pedagógico, inerente ao sistema educativo), com o intuito de "não perder a cara" (em Portugal os governantes nunca se enganam; não existem "desculpem, afinal talvez possa ser de outro modo!") e assim salvaguardar os interesses eleitoralistas de um partido, em detrimento dos interesses superiores da nação (e mesmo assim, tudo indica que não o conseguirá!).
Tal só demonstra falta de capacidade técnica e falta de vontade política para implementar uma carreira docente e um processo de avaliação verdadeiramente dignos das necessidades de um país europeu, que os professores querem ajudar a construir.
É pena que assim seja, pois o sistema educativo em Portugal necessita de uma carreira docente atractiva científico-didáctica e estatutariamente e de um sistema de avaliação simples, exequível, justo e sem perder o rigor e a exigência que o torne um instrumento ao serviço do efectivo aperfeiçoamento, com os olhos postos na excelência, do professor, com efectivas consequências positivas para os alunos. Que é possível conciliar estes valores atrás enunciados, demonstra-o cerca de uma dezena de sistemas educativos, da Nova Zelândia ao Canadá, com avaliação deste nível de exigência, mas, se retirarmos o do Chile (que o nosso replica), com muito mais eficácia e muito menos burocracia, sem erros técnicos nem arbitrariedades.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Mais propaganda. A mesma obstinação!
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«Exmo.(a) Senhor(a) Professor(a)
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Prestam-se as seguintes informações relativamente ao processo de avaliação de desempenho dos docentes:
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Um modelo de avaliação de desempenho que não prejudica nenhum professor
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Com a classificação de Bom, para a qual não existem quotas, estão garantidas condições para uma normal progressão na carreira.As classificações de Excelente e Muito Bom aceleram o ritmo da progressão.Neste ciclo avaliativo eventuais efeitos negativos decorrentes das classificações de Insuficiente ou Regular estão suspensos e sujeitos a confirmação posterior.
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Assim, este modelo protege os professores, dando-lhes condições mais vantajosas que à generalidade dos funcionários públicos, que não adquirem automaticamente condições de progressão com classificações isentas de quotas. Neste período transitório existe uma vantagem adicional para os professores, que decorre da não aplicação de efeitos das classificações negativas.
O que é, afinal, a avaliação de desempenho docente?
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Este modelo de avaliação respeita a especificidade da função docente e o nível de qualificação que o seu exercício exige, ao contrário do que sucede com a larga maioria dos trabalhadores da administração pública - incluindo o pessoal não docente, que há dois anos é avaliado em todas as escolas.
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Estará o Capitalismo moralmente condenado?
No entanto, há duas objecções a fazer a esta crítica. A primeira assenta numa ideia muito simples. Se o capitalismo, de facto, multiplicou os pobres, foi porque permitiu a um maior número deles viver, ou seja, sobreviver – criou condições, gerando emprego, rendimentos e financiamento de sistemas de cuidados de saúde (muito embora, ainda débeis), para que, pelo menos, muitos deixassem de morrer tão precocemente!
Mas talvez a objecção mais importante se faça valer de factos mais concretos coligidos pela ciência política, economia e sociologia contemporâneas. Sabe-se que a percentagem de pessoas que vivem no mundo com um dólar ou menos por dia tem diminuído nos últimos anos. Assim, em 1981 a percentagem de pessoas que viviam nessas condições de pobreza era de 40%; em 2004, essa percentagem desceu para 18%; e estima-se que continue a descer para 12%, até 2015. (Bastou, por exemplo, o crescimento da China para resgatar da pobreza mais de 400 milhões de pessoas!) Claro que há um núcleo de pobreza – cerca de 50 países, onde vivem as pessoas mais pobres do mundo – que continua a requerer séria e consequente atenção redobrada. Mas nos outros 142 países (entre os quais, China, Índia, Brasil, Indonésia, Quénia, África do Sul), os pobres estão a ser paulatinamente absorvidos por economias em ascensão.
Do lado da ética e da filosofia política, temos hoje à nossa disposição teorias de justiça que continuam a tornar o capitalismo eticamente defensável (teorias libertárias como as Nozick ou Hayek) e outras há que, procurando resolver criticamente os problemas morais do capitalismo, não o rejeitam completamente. Em vez disso, procuram mostrar como é justo articular o máximo de liberdade possível (de comércio incluída) igual para todos, compatível com igualdade de oportunidades e que possa redundar, através de uma justa redistribuição de riqueza, em maiores benefícios para os mais desfavorecidos; teoria que se pode alargar ao contexto internacional entre estados (teoria da justiça como equidade, de John Rawls).
Pela primeira vez na história, estamos a assistir a um crescimento global significativo. Assistimos também, paradoxalmente, a uma crise financeira global, o que obriga a repensar o sistema em alguns pontos. Mas, apesar deste paradoxo e inspirados no seu pólo mais positivo, talvez devêssemos trocar pouco informados e emotivos julgamentos sumários por, pelo menos, um questionamento racional sereno e responsável. A questão – parafraseando aqui a sentença que Lord Acton usou para definir a paradoxal democracia – é esta: não será o capitalismo, apesar de tudo, o menos mau dos maus sistemas?!
sábado, 29 de novembro de 2008
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Louis Pojman (1935-2005), filósofo americano, defende que o globalismo, com todos os seus problemas e promessas, coadjuvado por um cosmopolitismo moderado e moralmente justificado, estão a obrigar-nos a instituir uma maior cooperação internacional, baseada numa lei internacional, de facto, executória. E a melhor forma, argumenta Pojman, de alcançar este globalismo e os seus objectivos morais é através da instituição de um governo mundial.
Para sustentar esta tese, Pojman descreve os efeitos nefastos – que têm um infeliz lugar de destaque na história da guerra – do terrorismo, designadamente através do trágico 11 de Setembro. Depois, faz uma defesa do cosmopolitismo moralmente justificado, que assente num nacionalismo moderado, em que os Estados detenham uma soberania limitada mas não total, compatível com um governo mundial limitado, já que vários aspectos do globalismo estão a juntar a humanidade e há já instituições, que, embora necessitem de reformas, se encontram em direcção a uma administração centralizada dos problemas globais. Pojman faz depender toda esta nova ordem mundial em direitos humanos fundados nos deveres universais; depois de responder às objecções à tese universal de direitos/deveres, o mais famoso apologista de um governo mundial, baseado num cosmopolitismo moderado, defende que «os direitos humanos universais serão o cimento que cola a humanidade, protegendo as pessoas da opressão e permitindo-lhes viver vidas condignas.» (p. 14)
Em suma, a reflexão bem argumentada de Pojman, apesar de controversa e sempre discutível, permite alertar-nos para o facto de uma grande adversidade poder constituir, se inteligentemente aproveitada, uma oportunidade única para desenhar um futuro melhor.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Mais propostas
«Um cadáver político»
Propostas (avulsas)
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Claro que a obtenção de excelente não se poderia, obviamente, resumir à assiduidade e deveria naturalmente ser dada importância a critérios de mérito científico-pedagógico, valorizando-se, com certeza, «a promoção e dinamização de projectos de tipo extra-curricular que funcionem de forma efectiva e mobilizem alunos em risco educacional ou envolvam a comunidade educativa», como bem sugere Paulo Guinote.
Mas, o problema central da forma como foi imposta a implementação deste modelo de avaliação é a dificuldade de avaliação objectiva, rigorosa e séria da componente científica e didáctica específica (e não apenas pedagógica geral), que me parece, senão o parâmetro mais importante, um dos mais importantes para definir a excelência de um professor. Um professor excelente é, sobretudo, aquele cujos conhecimentos e competências científicas e didácticas (além de outras, naturalmente: humanas, relacionais, éticas) são suficientes para conseguirem fazer com que os seus alunos aprendam o máximo e o melhor possível.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Democracia -- «ditadura da maioria»?
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
"Governo facilita nas avaliações"
Simplex dos remendos!
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quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Exegese jurisprudencial
Efeitos das faltas
1 — Verificada a existência de faltas dos alunos, a escola pode promover a aplicação da medida ou medidas correctivas previstas no artigo 26.º que se mostrem adequadas, considerando igualmente o que estiver contemplado no regulamento interno.
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quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Se não é "jogo sujo"...!
Bom, afinal… não há mudança de paradigma!
E é isto a ditadura, digo, a democracia! Ou estará suspensa? (Chiiu, que ninguém sabe!) Afinal, trata-se de uma reforma…
Recado para Manuela Ferreira Leite
Curso de ironia! Inscreva-se já!
(Há quem pense já também em cursos de… exegese do discurso político! Um dos problemas da sua implementação é que a sua vastidão não se encaixa na estrutura de curso superior ao abrigo do processo de Bolonha!)
terça-feira, 18 de novembro de 2008
O que é a democracia?
Dizer que a democracia é o governo “do povo” significa dizer que um estado democrático apenas detém o poder sobre as pessoas que compõem o eleitorado. Governar, por exemplo, um território subordinado é incompatível com os verdadeiros ideais da democracia.
Dizer que a democracia é o governo “para o povo” significa afirmar que o governo existe em proveito dos seus cidadãos, não para benefício dos seus governantes. Os governos democráticos governam «no interesse dos governados» (Jeremy Bentham).
Dizer que a democracia é o governo “pelo povo” significa defender que, não só o governo governa no interesse dos governados – coisa que poderia ser feita igualmente bem por um hipotético “déspota benevolente” –, mas é o povo que governa. Ou seja, a democracia é um auto-governo colectivo.
(Para que conste.)
Já tardava… a sabedoria!
1. Curiosamente, agora sugere-se um modus vivendi britânico – esta forma de avaliar assuntos complexos através de um grupo não-político, mas de inegável qualidade científico-técnica, é usual na civilizada Inglaterra. Já se esqueceram do Chile?!
2. De qualquer modo, a proposta de Vitorino implica sempre continuar a experimentação pedagógica, já que a inteligência analítica e crítica não permite a nenhum “sábio” perceber, a priori, as graves lacunas do actual modelo, com repercussões altamente negativas para o sistema de ensino em Portugal, sem, portanto, continuar a recorrer à experiência. (A tentar não desagradar a ninguém!)
De qualquer modo, se a teimosia, o autismo político e a afronta contra toda uma classe profissional (que, mesmo apesar das políticas erradas do ME, é tão-só aquela que ensina, forma e, tantas vezes, tem que educar os portugueses!) derem lugar a uma abertura a uma avaliação séria, rigorosa e independente do modelo de avaliação, já estaremos a recuperar o bom senso, a sabedoria e a democraticidade perdidas com todo este processo de (des)governação da educação em Portugal.
Se o modelo for mesmo bom, assim será concluído por uma comissão de sábios devidamente plural científica e tecnicamente. E se for mau?
(…) O que os Gregos inventaram, em última análise, não foi, portanto, como é vulgar dizer-se, a democracia, mas sim o “Estado de direito”.»
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Mudança de paradigma?!
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Toma lá um “bolicao”… e mais um portátil…!
No entanto:
1. Para um governo que não governa “pela rua”, basta os alunos atirarem uns ovos e se manifestarem – tirante aquelas poucas excepções, de modo perfeitamente civilizado, mostrando, portanto, que não têm aprendido nada com os “imbecis” dos seus professores(!) – para a sapiente MLR vir atalhar com uma alteração disfarçada de “esclarecimento”!
2. Se o diploma inicial estivesse bem feito não precisava de “esclarecimentos”, mas como se trata de mais uma peça de jurisprudêcia que certamente constará, como muitos outros, nos anais da perfeição da arte… teve que ser alvo (e vai continuar a sê-lo?!) de “alterações /esclarecimentos”.
3. Com o anterior regime de faltas, os alunos já não reprovavam por excesso de faltas justificadas e os professores já há muito detectavam lacunas na aprendizagem e delineavam estratégias de recuperação. Então para que serve este novo regime de faltas? A resposta é simples: trata-se de mais um instrumento de pressão sobre o professor para não reprovar nenhum aluno, desta feita por excesso de faltas de presença naquilo que são os momentos de verdadeira aprendizagem ou pelo menos de impulsionamento de verdadeiras aprendizagens – as aulas. O ensino básico está cravejado de normativos e pressões para o sucesso estatístico. Agora tal pressão pretende alargar-se também ao ensino secundário. É que o aluno mais despreocupado com a aprendizagem (para ser elegante), continua a faltar às aulas, diz abertamente que se tiver que fazer um exame ou falta ou “tira zero”, mas não se importa; mas o professor, segundo esta pérola da legislação (des)orientadora da educação dos futuros portugueses, terá que voltar a fazer alguma coisa para ver se o aluno lá faz alguma coisa… para não reprovar por excesso de faltas. Com sorte, pode ser que até seja avaliado positivamente e passe, passe, passe… nem que seja pelas novas oportunidades… e até chegue à universidade dos 23 anos!
Mas os pais estão todos contentes, pois apesar do regime de faltas ter sido alterado, os alunos manifestaram-se, o diploma foi “esclarecido” e agora o regime de faltas ficou praticamente como era antes quanto aos alunos que pretendem realmente aprender e ter efectivo sucesso, porque querem prosseguir estudos. (Bem, não há leis prefeitas…!) Quanto aos outros, os pais também estão contentes: vamos lá ver se, coitadinhos (“bons selvagens”), não reprovam por faltas, por injustificadas que sejam, pois seria traumatizante para o aluno e mau para as estatísticas, que o governo quer exibir vaidosa, mas vergonhosamente, como resultado da pureza do seu labor político (não eleitoralista, claro)!
Se isto não é mais uma perigosa trapalhada, que serve apenas o desígnio do embuste estatístico eleitoralista e vaidoso para Bruxelas ver, então é melhor mesmo os professores darem o seu lugar aos críticos (esses milhares de não-professores frustrados por não sê-lo), que têm mostrado uma tamanha lucidez e savoir-faire de ponta, que, logicamente, implica que venham a ser eles a ocupar agora o lugar desses “palermas” todos os dias nas salas de aula (com alunos, tantas vezes, de uma agressividade verbal e física que se perpetua, indomável e intocável!), nos intervalos, nas cantinas, nas reuniões, em casa a corrigir-lhes os trabalhos e testes e a pensar como lhe vão ensinar coisas para eles tão vitais quão, tantas vezes, indesejadas… e, assim, mostrar-lhes como se salva a pátria!
domingo, 16 de novembro de 2008
Mais 20.000!
Ecos de 8 de Novembro
Nem sabem falar?!
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Será possível uma ponte? Está muito carregado, o céu...
...Será sempre uma via estreita!