segunda-feira, 12 de março de 2007

Fundamentos da educação liberal – “três” pequenos exemplos!

«(...) Meus Senhores, será a felicidade, seja qual for o seu género, o fim exclusivo da espécie humana? (...) Não, Meus Senhores, apelo para a melhor faceta da nossa natureza, esta nobre inquietude que nos persegue e nos atormenta, este ardor de estender as nossas luzes [lumiéres] e de desenvolver as nossas faculdades; não é apenas à felicidade, mas também ao aperfeiçoamento, que o nosso destino nos chama (...).»
Benjamin Constant, De la liberté des anciens comparée à celle des modernes (1819), trad. port. A Liberdade dos Antigos Comparada à Liberdade dos Modernos, Ed. Tenacitas (Coimbra 2001) 33-4.

«(...) o convite da educação liberal [é] o convite para se abstrair por algum tempo das pressões do momento e do lugar e para ouvir a conversação [com a cultura] em que o ser humano, desde sempre e para sempre, tem procurado compreender-se a si próprio.»
Michael Oakeshott, The Voice of Liberal Learning, Liberty Fund (Indianápolis 2001) 34.

E agora, veja-se a crítica à pedagogia romântica do bom selvagem, feita por um dos maiores filósofos marxistas de sempre! (Não estará a ser, no mínimo, liberal?!)

«O conceito de escola nova está na sua fase romântica, com um exagero na substituição dos métodos “mecânicos” pelos “naturais” (...). Antigamente, os alunos ao menos alcançavam uma certa bagagem de factos concretos. Agora, já não há nenhuma bagagem para pôr em ordem (...). O aspecto mais paradoxal de tudo isto é que a escola nova é apresentada como democrática, quando na realidade está destinada a perpetuar as diferenças sociais
António Gramsci, Cadernos da Prisão (1932) XXIX, cit. in Nuno Crato, O “Eduquês” em Discurso Directo. Uma crítica da pedagogia romântica e construtivista, Gradiva (Lisboa 92006) 33-4.

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