sexta-feira, 2 de março de 2007

Al Gore Gastão e a pequena causa ecológica

1. Mais uma falácia ad hominem: Al Gore defende que devemos poupar energia, evitar o consumo de combustíveis fósseis,... e contribuir assim para a resolução do problema do global warming; mas ele gasta 20 vezes mais energia na sua própria casa; logo, não devemos dar-lhe ouvidos! É claro que não é pelo facto do autor do argumento (Al Gore) não o respeitar ele próprio, na íntegra, que o argumento é mau e deva ser menosprezado! Se há algo a fazer é argumentar que o próprio Gore, tal como os Teixeira da Cunha, as Marias, os Josés, eu e tu... devemos todos reflectir na crise ecológica global e procurar alternativas ao nosso estilo ecocida de vida actual!

2. Mais uma argumentação falaciosa da qual a acção política não consegue eximir-se. Mas também não faz mal, porque nem mesmo os eleitores americanos se aperceberão todos dessa falha argumentativa e haverá sempre alguns que irão ficar a pensar, erradamente, que afinal, o mais importante – as ideias amplamente propagadas por Gore –, não são boas ideias e muito menos verdadeiras para merecerem a nossa atenção! Destino: não há nada a fazer... porque há sempre alguém que encontra alguma imperfeição nos imperfeitos políticos – eis da mais pura demagogia!

3. Como o rapaz estava a ter sucesso propagandístico (até ganhou um óscar!) era preciso contra-atacar. Trata-se da vitalidade da boa política democrática americana. Mas também é verdade que, com tal forma de fazer política (Al Gore também incluído), talvez se perca uma excelente oportunidade para, finalmente, fazer subir ao palco da política americana uma (ainda infelizmente pequena!) causa que a todos interessa, dado o evidente estado do mundo!

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