
.
1. escassez de propostas de actividades que levem os alunos a interpretar os textos e a identificar informação que não seja explícita;
2. um número limitado de textos presentes nos manuais;
3. a pouca diversidade de géneros literários;
4. textos originais mal adaptados e sem referências à fonte;
5. e a inexistência de um corpo de autores de referência a ser indicado pelo Ministério da Educação.
.
Portanto, conclui o estudo, a maioria destes manuais, adoptados em 94% das escolas portuguesas, não contribui para que os alunos compreendam o que lêem, constituindo este factor «uma das principais razões para o mau posicionamento do nosso país nos índices internacionais de competências literárias na leitura».
.
É perfeitamente compreensível que estes manuais não criem quaisquer hábitos nem competências de leitura nas crianças, o que, num nível de escolarização básico, pode inviabilizar ou atrasar a aprendizagem dessas competências e hábitos fundacionais e determinantes para o seu futuro escolar.
.
Revelam como o empenho de alguns autores (e editoras?!) de manuais escolares não é satisfatório e colocam em questão as suas próprias competências científico-pedagógicas. Mas o mais importante é não escamotear o essencial: trata-se uma grave falha de fundo, uma falha técnica -- consequência da orientação filosófico-educativa inspirado no paradigma romântico e construtivista ingénuo -- do ME na preparação e elaboração dos programas e, em suma, de uma falha das políticas socialistas permissivistas e ineficazes do governo em matéria tão importante como é a educação e, em particular, a aprendizagem de competências básicas de literacia da língua e da leitura.
.
Numa fase fulcral da vida do país, continuamos a marcar passo!
Sem comentários:
Enviar um comentário